10 mar A mulher na construção civil – Além de sua presença marcante em profissões tipicamente femininas, vemos, com alegria, o crescimento de sua atuação em áreas como a construção civil
Não é novidade que as mulheres já dominam o mercado de trabalho, chegando a predominar em algumas profissões, em alguns casos liderando o número de empregos formais: 2,4 milhões de mulheres tiveram sua carteira de trabalho assinada nos últimos três anos.
Além de sua presença marcante em profissões tipicamente femininas, vemos, com alegria, o crescimento de sua atuação em áreas como a construção civil, modificando o ambiente masculino dos canteiros de obra, humanizando-o devido às suas peculiaridades.
O zelo, o cuidado e o detalhismo, característicos do ser feminino, estão sendo aproveitados como item de excelência tanto nos serviços de base, como pedreiras e serventes, como no acabamento das obras, imprimindo às mesmas a marca de um padrão de qualidade diferenciado. A dedicação, a perseverança, a lealdade e a honestidade femininas são itens altamente valorizados pelo mercado.
Mais mulheres nos canteiros de obras significa mais responsabilidade para as entidades sindicais e para os órgãos de fiscalização do trabalho a fim de garantir que seus direitos específicos sejam respeitados, dentro do que exige a legislação trabalhista.
Elas precisam de infraestrutura adequada para que sua intimidade e conforto sejam garantidos. Cuidado à excessiva jornada de trabalho, garantindo às mesmas o descanso necessário, vez que via de regra, cumprem uma segunda jornada como mães e esposas. Garantia de isonomia salarial entre homens e mulheres, no desempenho das mesmas funções, direito cujo desrespeito ainda é muito comum. Em muitos casos, ainda predomina a ideia de inferioridade do trabalho feminino, tal como no início da industrialização no Brasil. Garantia do direito da gestante, em especial no setor da construção civil, caracterizado pelo grande esforço físico, entre muitas outras necessidades.
Hoje, as entidades sindicais e movimentos sociais organizados buscam a promoção da igualdade de oportunidades no mercado de trabalho entre homens e mulheres, garantindo igual tratamento a ambos, com exceção das situações referentes a diferenças biológicas, tais como a da maternidade, e coibindo qualquer tipo de discriminação de gênero.
É urgente que esta igualdade, que já existe na legislação, se dê de fato no ambiente de trabalho. Para isso, é preciso intensificar a fiscalização, uma vez que hoje não se pode alegar falta de informação para justificar o não cumprimento das exigências legais. As desigualdades, preconceitos e discriminações pelas quais a mulher passa contribuem para o atraso no desenvolvimento social e econômico do país. O respeito ao direito da mulher trabalhadora é um dos pilares de uma sociedade mais justa para todos e todas.
*Joaquim Santana é presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Cuiabá e Municípios (SINTRAICCCM).
Fonte: Cenário MT