03 maio Cerca de 89% das construtoras têm problemas para contratar mão de obra qualificada
Segundo pesquisa da Confederação Nacional das Indústrias, escassez ainda é maior entre os trabalhadores de nível básico. Pedreiros e serventes não são encontrados por 94% das empresas.
À medida que o setor da construção civil cresce, aumentam os problemas com a contratação de profissionais no País. Segundo sondagem especial realizada pela CNI (Confederação Nacional das Indústrias), 89% das empresas da construção civil sofrem com a falta de mão de obra qualificada.
Ainda de acordo com o estudo realizado em parceria com a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), a escassez não se limita aos profissionais mais especializados. Entre os empresários que enfrentam dificuldades com as contratações, 94% não encontram trabalhadores de nível básico, como pedreiros e serventes.
Segundo os entrevistados, as categorias profissionais em que a falta de qualificação traz maiores prejuízos ao funcionamento das empresas são aquelas vinculadas diretamente à execução da obra. Há falta de funcionários de nível básico, como pedreiros e serventes; de nível técnico, como encarregados e mestres de obra; de funcionários especializados, como engenheiros e arquitetos; e de profissionais da área gerencial. Os resultados contrastam com estimativa do Ipea divulgada recentemente, a qual aponta que a construção civil terá 170 mil trabalhadores sem emprego em 2011.
Na avaliação de 61% dos empresários entrevistados pela CNI, a baixa oferta de mão de obra qualificada reduz a produtividade do setor. Para 59% dos participantes da pesquisa, essa situação compromete a qualidade das obras e 57% disseram ter problemas com o cumprimento dos prazos. “A perda de qualidade e o atraso nos prazos de entrega das obras resultam em perda de competitividade para o restante da economia brasileira”, afirmaram os pesquisadores. O atraso nas entregas de obras também pode acarretar outro problema às construtoras se um projeto de Lei que tramita na Câmara dos deputados for aprovado. O PL 178/2011 prevê a anulação de tolerância em atrasos na entrega de obras. As construtoras só ficarão isentas de multas se comprovarem que a demora decorreu de dolo ou culpa do consumidor.
Durante a sondagem, um dos principais problemas apresentados foi a alta rotatividade dos profissionais, além da baixa qualidade da educação básica no País. Para melhorar o cenário, 64% dos donos de construtoras investem em capacitação de pessoal dentro da própria empresa e 45% adotam incentivos para retenção do trabalhador, como aumento de salários e outros benefícios. Outros 43% terceirizam serviços ou processos da produção.
A pesquisa foi feita com 385 empresas entre os dias 3 e 20 de janeiro. Entre as empresas entrevistadas 191 são de pequeno porte, 145 são médias e 49, grandes.
Fonte: Piniweb