11 maio Construção civil pisa no freio e lança 63% a menos em BH
No primeiro trimestre deste ano, foram 390 novos empreendimentos contra 1.062 em 2014
O ano começou mais devagar para a construção civil. No primeiro trimestre de 2014, foram lançados 1.062 apartamentos novos. Nos três primeiros meses de 2015, foram 390 unidades. A queda foi de 63% e indica que o setor está em ritmo de cautela diante das incertezas econômicas. “A construção funciona como termômetro da economia. Todo o empresariado brasileiro está receoso com o ambiente político e econômico. Para investir, é preciso pensar a longo prazo”, avalia o vice-presidente da Câmara do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi), Flávio Galizzi.
Segundo Galizzi, o cenário atual reflete erros do passado, com falta de recursos para financiamento e inflação maior. “A redução dos lançamentos hoje vai significar a falta de empregos neste domingo, pois a construção gera muitas vagas”, destaca o vice-presidente da área imobiliária do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-MG), Lucas Guerra Martins.
As construtoras estão mantendo os lançamentos previstos para a região metropolitana Belo Horizonte. No entanto, quando o assunto são novos empreendimentos, a cautela tem falado mais alto. A Horizontes, por exemplo, está mantendo dois lançamentos de imóveis no Coração Eucarístico, região Noroeste, e em Betim. “O que já estava previsto será mantido, mesmo porque, as novas regras da Caixa Econômica são positivas para nós, que temos um público de primeiro imóvel, que não precisará vender um usado para comprar um novo. Já os novos empreendimentos serão repensados cuidadosamente”, afirma o engenheiro da Horizontes, Leandro Brandão.
“Ainda não sabemos como será este ano e a incerteza nos faz estudar mais os projetos”, afirma Brandão.
O diretor técnico da Caparaó, Luiz Antônio Lima, afirma que, sempre que há retração, é natural que todo mundo fique mais receoso. Entretanto, ele afirma que deixar de fazer os lançamentos não é a melhor alternativa. “A empresa tem que operar, se não houver produção, o investimento não será revertido em ganhos. Temos que lembrar que crises vão e vêm e todos os dias tem mais gente casando, mais gente crescendo e saindo de casa. Com essa pressão demográfica, é preciso fazer ajustes”, avalia Lima.
Sobre os preços, Galizzi afirma que a tendência é ficarem no mesmo patamar, uma vez que, se de um lado as construtoras vão lançar menos, reduzindo o estoque e forçando um aumento, por outro lado, as restrições de crédito da Caixa vão dificultar as vendas e forçar uma queda de preços.
Novas regras
Imóveis usados. Desde o dia 2 de maio, a Caixa Econômica Federal (CEF) elevou o valor da entrada para quem quer financiamento de 20% para 50% do valor do imóvel.
Fonte: O tempo