18 fev Construção civil projeta mudanças
Economia e utilização de água de chuva são alternativas
Utilizada na construção civil como uma das principais matérias-primas, a água, em tempos de crise, se torna um bem ainda mais importante e passa a ser administrada com mais atenção. Em Limeira, representantes do setor buscam mais conscientização, além de alternativas para evitar impactos nas obras.
Segundo o presidente do Sincaf (Sindicato Patronal das Indústrias da Construção de Limeira), Mário Botion, o uso da água na construção civil é fundamental e, por isso, a limitação de seu uso seria prejudicial. “Com exceção de indústrias de mármore ou granito, por exemplo, é difícil fazer a reutilização da água. Não há maneira direta de se evitar seu uso na construção civil. Por isso a situação preocupa o segmento, principalmente pela situação econômica atual do País”, explica.
Botion explica que a economia de água já é estimulada na construção, bem como sua reutilização quando possível, assim como já acontece com o reaproveitamento de resíduos sólidos. “Já temos feito trabalhos de conscientização antes mesmo da crise. Propomos com empresas cursos de qualificação e certificação, que adotam indicadores de uso da água, energia e resíduos sólidos”, conta.
Na manhã de ontem, a vazão medida chegou a 15.640 litros por segundo. O volume necessário para abastecimento do município é de 730 litros por segundo. Com a possibilidade de chuvas para hoje e amanhã, os níveis dos rios podem continuar altos. Segundo o diretor da Odebrecht Ambiental, Tadeu Ramos, as chuvas no mês de fevereiro foram positivas e podem superar a média histórica. “Este mês já choveu a média histórica e a tendência é superar”, comenta.
REAPROVEITAMENTO
Para o presidente do Siticecom (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Cerâmicas, da Construção Civil e Mobiliário de Limeira e Região), Ademar Rangel, o reúso é uma alternativa para evitar que o setor sofra com um possível período de racionamento. “É uma preocupação com o futuro. Por isso, é preciso tomar providências, pois, sem água, a construção civil não existe”, comenta.
Rangel afirma que a crise hídrica ainda não impactou o setor em Limeira. Contudo, existe a preocupação de que a escassez de água possa provocar retrações no segmento devido à falta da principal matéria-prima. “Todos estão sendo conscientizados. Pretendo discutir também com o sindicato patronal para que possamos ampliar ações e evitar desperdícios. Vemos muitos canteiros de obras em que pedreiros e mestres de obras deixam mangueiras jorrando água. Temos que evitar esse problema”, explica.
O armazenamento da água da chuva é apontado pelos dois representantes sindicais como fonte para uso nos processos da construção civil. Para Botion, há capacidade estrutural e técnica para que isso possa ser feito de forma eficiente. Já para Rangel, essa é uma solução que pode acabar com o desperdício. “A água da chuva pode servir para algumas coisas nos canteiros de obras. É um recurso cada vez mais necessário”, diz.
Nível de mananciais sobe com chuvas
As chuvas dos últimos dias têm contribuído para o aumento no volume de água dos mananciais que abastecem Limeira. Segundo o monitoramento do portal Juntos Pela Água – mantido pela Odebrecht Ambiental -, o nível é considerado alto.
Mesmo quando as chuvas não ocorrem especificamente em Limeira, mas em cidades próximas, como Americana, Araras, Cordeirópolis, Artur Nogueira e Engenheiro Coelho, a precipitação contribui para a Bacia do Pinhal e reforça o sistema de captação na cidade. Apesar das chuvas de fevereiro terem elevado os níveis do rio Jaguari e Ribeirão Pinhal, o consumo consciente de água deve ser mantido, segundo a concessionária. Primeiramente, pela imprevisibilidade do clima, e, em seguida, pelas condições atuais dos rios em absorver e armazenar a água nos lençóis freáticos. Contudo, Tadeu se mostra otimista em relação ao abastecimento na cidade. “Chovendo dentro do esperado, 2015 será um ano melhor do que 2014. São previsões, mas ninguém pode afirmar o quanto vai chover neste ano. Mas não podemos descuidar das ações de prevenção”, explica.
Fonte: Jornal de Limeira