Driblando a escassez de água

Driblando a escassez de água

Eficiência. Diante da crise nos reservatórios, soluções ambientais são desenvolvidas para economizar

A atual situação das bacias hidrográficas de Minas Gerias é motivo de preocupação. Parte dos reservatórios está sob estado de atenção, segundo dados do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam).

A situação é pior no Sistema Paraopeba (Rio Manso, Vargem das Flores e Serra Azul), que abastece parte de Belo Horizonte e algumas cidades da região metropolitana, como Contagem e Betim. Estudos apontam risco acima de 70% de desabastecimento até o final do período seco.

“Nos últimos três períodos chuvosos, nós tivemos chuvas abaixo do normal, e os níveis dos reservatórios baixaram muito. Para esses reservatórios do Sistema Paraopeba foi declarado estado de escassez”, explica Jeane Dantas de Carvalho, gerente de Monitoramento Hidrometeorológico e Eventos Críticos do Igam.

Só o segmento da construção civil é responsável pelo uso de 16% de toda a água potável, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA). Para driblar a escassez e assumir uma postura ambientalmente correta, algumas construtoras estão adotando práticas sustentáveis.

Alguns edifícios já estão recebendo o sistema de “reúso de águas cinza”. “A água utilizada nos banhos e pias dos banheiros é transferida para um compartimento, onde é feito um tratamento para que possa ser reutilizada. É possível economizar até 5.000 litros por dia”, explica Thiago Xavier Gonçalves, gerente de comunicação da Conartes.

Outro método adotado é o uso de descargas econômicas – dual flash – que gastam até 50% menos água. Também já é possível reduzir o desperdício reutilizando água de condensação do sistema de ar-condicionado. “A água passa por um processo de tratamento para molhar as áreas verdes. Essa água do ar-condicionado pode ser utilizada mesmo nos períodos de seca”, explica Letícia Valle, arquiteta da Caparaó.

Soluções conta o desperdício

Métodos de economia podem ser adotados em qualquer imóvel. A empresa Seetec, por exemplo, oferece soluções ambientais personalizadas.

“Trabalhamos com otimização de água, evitando desperdício em residências, hotéis, escolas e até hospitais. Fazemos um estudo de cada caso e propomos mudanças, como regular a vazão de torneiras e padronizar a vazão nos andares dos prédios. A instalação é rápida, o investimento é barato, e a economia pode chegar a 55% no caso de escolas”, afirma Aubrey Magalhães, diretor da empresa.

Fonte: O Tempo