15 abr FMI prevê retração de 1% para economia brasileira em 2015
O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima crescimento de 0,9% para a América Latina e o Caribe, mas retração de 1% na economia brasileira este ano. De acordo com o estudo World Economic Outlook (WEO), para 2016 a projeção para o país é mais otimista e deve ficar em 1%, metade da expectativa dos países da região, que será 2%.
A evolução da inflação também é negativa para este ano, com expectativa de 7,8%, acima do limite superior da meta definida, que era 4,5%, com variação de dois pontos. Segundo o FMI, a quantidade de desempregados também deve crescer este ano, podendo alcançar 5,9% este ano e 6.3% em 2016.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve superar o teto do intervalo de tolerância da meta deste ano (de 6,5%), refletindo o ajuste nos preços regulados e a depreciação do real.
A previsão para o crescimento global não sofreu alterações e está fixada em 3,5% para 2015 e 3,8% para 2016. Os números sobre perspectivas para a economia mundial foram divulgados hoje (14), em Washington, local onde, nos próximos dias, ocorrerá o Encontro de Primavera, evento organizado pelo FMI e pelo Banco Mundial.
Pelo relatório, as perspectivas para o crescimento global são desiguais entre as principais economias. Nas mais avançadas, o crescimento deverá ser mais forte em 2015 que em 2014, enquanto em mercados emergentes e em desenvolvimento, o crescimento esperado é mais fraco.
No caso da América Latina, os preços mais baixos de matérias-primas ainda são problema. De acordo com o relatório do FMI, as perspectivas para o Brasil foram afetadas, entre outras coisas, pela “seca e pelas políticas macroeconômicas mais restritivas”.
Segundo o relatório, além do Brasil, outro integrante do Brics que terá retração é a Rússia, com 3,8%. O país tem sofrido com embargos econômicos, como consequência das intervenções na Ucrânia e pela queda no preço internacional do barril do petróleo.
Os técnicos do FMI estimam crescimento de 7,5% para Índia e de 6,8% para a China. Este ano, o crescimento previsto para a África do Sul é de 2%. O Brics é um grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
O estudo também aponta retração em países vizinhos do Brasil, como a Venezuela e Argentina. A economia venezuelana deve encolher 7% e a argentina 0,3%.
Para o FMI, um efeito da crise brasileira é que a América Latina teve, em 2014, o quarto ano consecutivo de queda do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), influenciado pela baixa no preço das commodities.
Na América Latina, o México deve ser o destaque do crescimento, com projeção de aumento de 3% para este ano, corte de 0,2 ponto ante a estimativa de janeiro. De acordo com o FMI, a economia mexicana deve se beneficiar da atividade mais aquecida nos Estados Unidos.
O encontro de Primavera do FMI e Banco Mundial será realizado de sexta-feira (17) a domingo (19). O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que também participará do evento, antecipou o embarque para os Estados Unidos, mas a assessoria dele não informou os motivos da alteração na agenda.
O ministro aproveitará a viagem para defender o ajuste fiscal brasileiro e tentar atrair investidores estrangeiros para os projetos de concessões da área de infraestrutura.
Fonte: Agência Brasil