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O que são pagamentos para provedores de capital?

Para calcular o indicador EC1 o conjunto de protocolos da GRI (Global Reporting Initiative) define pagamentos para provedores de capital como sendo dividendos (parcela do lucro distribuída) para todos os acionistas e pagamentos de juros para instituições financeiras.

Por que os impostos caíram se os salários aumentaram?

Para calcular o indicador EC1, o conjunto de protocolos da GRI (Global Reporting Initiative) define salários e benefícios de empregados como o total da folha de pagamento incluindo valores pagos às instituições do Governo (encargos e taxação de empregados e fundos de desemprego). No componente Pagamentos ao Governo são calculados todos os impostos brutos da operação de vendas como ICMS, IPI, Susbstituição Tributária, etc. Como as receitas diminuíram os impostos também diminuem.

O que são custos operacionais?

São pagamentos em dinheiro feitos fora da organização relatora referentes a materiais, componentes de produtos, instalações e serviços adquiridos. Isso inclui aluguel de propriedade, taxas de licença, pagamentos para trabalhadores terceirizados, custos de treinamento, equipamentos de proteção.

No texto falamos sobre aumento, investimentos, infraestrutura e não constam estes dados no gráfico.

O EC1 determina a compilação de demonstrações financeiras apenas, ou seja, fornece uma indicação básica de como a organização gerou riqueza para as partes interessadas. Contudo, consideramos importante relatar sobre os investimentos em infraestrutura que tiveram destaques no ano de 2013.

Quando falamos sobre o vestiário, consideramos custo ou benefício?

Quando falamos da reforma do vestiário consideramos como investimento e o EC1 não exige a demonstração dos investimentos. 

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As perguntas foram realizadas pelos colaboradores da Quimicryl.

Leia o nosso relatório e envie sua dúvida ou sugestão para o Fale Conosco!

Já leu o nosso Relatório de Sustentabilidade 2013? https://www.quimicryl.com.br/app/docs/GRI2013.pdf

Um dos indicadores monitorados é o LA6  – Comitê de saúde e segurança – Percentual  dos empregados  representados em comitês formais de saúde e segurança, compostos por gestores  e trabalhadores, que ajudam  no monitoramento e aconselhamento  sobre programas de saúde e segurança ocupacional.

Nossa Brigada de emergência é formada por 16 pessoas previamente treinadas, organizadas e capacitadas para atuar na prevenção e combate de incêndio, prestação de primeiros socorros e evacuação de ambientes. A Quimicryl tem orgulho em ter uma brigada desse porte e sem qualquer restrição investe nos melhores treinamentos para capacitá-la.

Em agosto de 2014 fizemos um novo treinamento no Centro de Treinamento de Brigada de Incêndio Águia de Fogo.

Confira as fotos!

Shows, passeios ecológicos, workshop de fotografia, trilha de bike, brincadeiras para crianças e torneios de skate.

Essas são algumas das atividades que serão realizadas no Parque Cemucam nos dias 30 e 31 de agosto.

O programa faz parte da Virada Sustentável, iniciativa que desde 2011 reúne organizações da sociedade civil e governos para a promoção de ações culturais e esportivas com temática sustentável no município de São Paulo, e que este ano, por iniciativa da AAPC – Associação de Amigos do Parque Cemucam vai chegar ao Parque Cemucam por que o parque, apesar de estar localizado em Cotia, pertence à capital.

A mobilização é resultado de uma ação conjunta da administração do parque com a AAPC – Associação de Amigos do Parque Cemucam, a Transition Towns e outras organizações. Para participar basta ir ao parque no dia e horário da atividade de interesse. Tudo é gratuito. Durante os dois dias haverá também um posto de coleta de lixo eletrônico dentro do parque.

Veja a programação (sujeita a alterações):

Sábado, dia 30/agosto:

• 9 às 11 – Corrida ecológica – pelas trilhas do parque partindo da praça do skate. Necessário uso de tênis e roupa de ginástica
• 10 às 12h – Passeio ecológico monitorado – caminhada pelo parque e pelo viveiro com observação de fauna e flora monitoradas por biólogo
• 10 às 17h – prática de skate e shows de hip-hop na pista de skate do parque
• 12 às 14h – oficina de germinação de sementes para crianças e plantio de mudas pelo parque.
• 14 às 16h – Circo Ecológico – apresentação de acrobacias em tecido nas árvores do parque
• 14 às 17h – oficina de dança com professores da Escola de Dança Granja Viana
• 17 às 21h – Baile Ecológico – coordenado pelos professores da Escola de Dança Granja Viana
• 15 às 18h – aula de enduro a pé com a equipe Iron Adventure
• 15 ás 21h – passeio de bike pelas trilhas de mountain-bike do parque promovida pelo grupo Sampa Bikers

Domingo dia 31/agosto:


• 9 às 12h – Dança Circular
• 9 às 12h – Teatro infantil – peça A Semente – seguida por oficinas de horta e compostagem para crianças
• 9 às 12h – prova de Cross Country – Montain Bike – promovida pelo grupo Sampa Bikers
• 9 às 13h – feira de trocas Au Escambau – promove trocas dos mais diversos objetos – roupas, livros, eletrodomésticos, decoração, brinquedos etc
• 10 às 12h – Roda de Capoeira
• 12 às 16 – piquenique ecológico
• 13 às 16h – Show Inimar dos Reis e banda Ecofolia com repertório de músicas com temas ligados à natureza e brincadeiras
• 15 às 17h – Caminhada fotográfica – passeio fotográfico pelas trilhas do parque com orientação dos professores de fotografia da Escola Teoria das Cores. Para qualquer tipo de máquina, inclusive celular.

A AAPC – Associação de Amigos do Parque Cemucam – é uma entidade constituída pela sociedade civil em janeiro de 2014 com o intuito de contribuir com a administração do parque na sua gestão sustentável, com foco na preservação dos recursos naturais e promoção de atividades culturais e esportivas que aproximem o Parque e a comunidade.

Fonte: Portal Viva Cotia

BC libera mais recursos e Fazenda simplifica retomada de veículos
PEDRO KUTNEY, AB, COM AGÊNCIA BRASIL

Banco Central e Ministério da Fazenda vão adotar medidas para estimular a concessão de crédito para compra de veículos nos próximos meses. Na quarta-feira, 20, pela manhã o BC anunciou a liberação de mais R$ 10 bilhões do depósito compulsório dos bancos e reduziu em R$ 15 bilhões as provisões de risco, somando R$ 25 bilhões que devem ser injetados no mercado de financiamentos já a partir da segunda-feira, 25. Em julho a autoridade monetária já havia liberado R$ 45 bilhões das mesmas fontes. À tarde, foi a vez de Guido Mantega, ministro da Fazenda, anunciar mais incentivos, incluindo uma velha demanda dos fabricantes de veículos e concessionários: mudanças na legislação para facilitar a retomada de carros em caso de inadimplência, considerada um dos principais entraves para o aumento das concessões.

“As medidas anunciadas pelo ministro Mantega trazem melhoria significativa no regulamento dos créditos ao aprimorar a segurança jurídica, simplificar as operações de crédito e, em última análise, premiar o adimplente, ao contrário do marco regulatório anterior, que beneficia o inadimplente”, avaliou em nota Luiz Moan, presidente da associação dos fabricantes de veículos, a Anfavea. “Com relação às medidas anunciadas pelo Banco Central, apoiamos e entendemos que o aumento da liquidez é positivo, pois terá efeitos diretos e indiretos na economia como um todo e, consequentemente, no setor automotivo”, acrescentou.

MAIS RECURSOS PARA O CRÉDITO

Na prática, o BC desmontou o pacote de medidas conservadoras do fim de 2010, que desestimulava financiamentos longos para compra de veículos com aumento de depósito compulsório e provisões para esses tipos de empréstimos. Agora foi feito o contrário: o BC permitirá que até 60% do recolhimento compulsório relativo a depósitos a prazo sejam usados para contratações de novas operações de crédito ou compra de carteiras de outras instituições. Em julho, esse porcentual havia sido definido em 50% e os 10% a mais liberados desta vez significam R$ 10 bilhões adicionais injetados no mercado, que vão se somar aos R$ 30 bilhões flexibilizados anteriormente. A medida estimula o crédito porque se o banco não fizer novas concessões ou comprar carteiras, esse dinheiro será retido pelo BC sem remuneração.

Especificamente para novos financiamentos de veículos, o BC criou um estímulo extra: definiu que, para dedução de 60% do recolhimento compulsório com esta modalidade, os bancos deverão elevar em 20% o saldo de suas carteiras de automóveis na comparação com a média do primeiro semestre de 2014. Quem não fizer isso não poderá deduzir o valor do depósito compulsório sem remuneração. Ou seja, os bancos vão ter de aumentar em 20% o valor de seus financiamentos de carros para obter a dedução. “Para ter ganho com a medida, tem de fazer mais do que fazia antes”, confirmou o chefe do Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos do BC, Daso Coimbra.

Ao mesmo tempo em que elevou a parcela dos depósitos compulsórios que podem ser direcionada a nova operações de crédito, o BC voltou a reduzir o requerimento mínimo de capital para risco. Com essa medida, foram liberados cerca de R$ 15 bilhões, com potencial de geração de novas concessões de até R$ 140 bilhões, segundo calcula o chefe do Departamento de Regulação Prudencial e Cambial do BC, Caio Ferreira. Esses recursos também se somam aos R$ 15 bilhões liberados em julho, totalizando R$ 30 bilhões.

O BC reestabeleceu em 75% o fator de ponderação de risco para todas as operações de crédito de varejo, independentemente do prazo. Antes esse fator chegava a até 300% em alguns casos. Ferreira lembrou que em 2010 havia a necessidade definir regras mais rigorosas, principalmente porque as concessões estavam com prazos muito longos e garantias inadequadas. Atualmente, segundo Ferreira, os bancos estão mais criteriosos e por isso não há risco à estabilidade do sistema financeiro.

Somando tudo, entre julho e agora o BC injetou R$ 70 bilhões (R$ 40 bilhões em compulsórios mais R$ 30 bilhões em provisões) no mercado de crédito. A modalidade de financiamento de veículos é uma das principais beneficiadas pela medida, pois vinha reduzindo o saldo com a maior seletividade dos bancos na aprovação de novas operações, por causa do aumento da inadimplência. Contudo, ainda é incerta a propensão dos bancos em emprestar mais, bem como a dos clientes em tomar empréstimos em momento de turbulência econômica.

RETOMADA FACILITADA

O governo também decidiu atacar o principal problema apontado pelos bancos para reduzir a inadimplência e a consequente resistência em emprestar. O Ministério da Fazenda anunciou que deverá ser editada medida provisória para facilitar a retomada de veículos de clientes inadimplentes. Essa era uma das principais dificuldades para se aumentar a concessão de crédito no setor. Segundo Flávio Meneghetti, presidente da federação dos concessionários, a Fenabrave, no Brasil são localizados apenas 15% dos veículos com atraso nos pagamentos e o processo de retomada leva 210 dias, em média. Esse era um custo não coberto pela própria garantia da operação: o carro.

Isso ocorria porque a instituição financeira credora precisava entrar com uma ação judicial para retomar o veículo. Pela proposta a ser encaminhada ao Congresso, o governo retira essa obrigação e assim facilita a retomada de bens móveis (carros, caminhonetes, caminhões, ônibus, tratores e máquinas agrícolas) em caso de inadimplência. O tomador do empréstimo poderá autorizar diretamente a recuperação do bem financiado em caso de atraso nos pagamentos, dispensando ações na Justiça. A medida beneficiará operações sem garantia de até R$ 100 mil e operações com garantia de até R$ 50 mil. Acima desses valores, continua a necessidade de cobrança judicial.

Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a mudança será feita por meio de emenda a projetos de lei em tramitação no Congresso e permitirá que os bons pagadores consigam financiamentos com juros mais baixos e maior segurança jurídica.

Os atrasos nos pagamentos dos financiamentos de veículos mostraram-se bastante danosos aos bancos nos últimos anos. Os valores devidos com atrasos superiores a 90 dias fecharam junho em 4,9% dos contratos ativos, ou R$ 9,1 bilhões, contra 5,2% no início de 2014, R$ 10 bilhões, e 5,9% nos 12 meses anteriores, somando R$ 11,4 bilhões. Com a dificuldade da retomada das garantias para mitigar as perdas, as instituições financeiras precisavam jogar a conta na coluna do prejuízo e formar altas provisões para cobrir o rombo.

Fonte: Automotive business

Evento acontece de 28 a 31 de agosto de 2014, com atrações e atividades gratuitas relacionadas aos temas da sustentabilidade

Com abertura no dia 27 de agosto de 2014, na Praça Victor Civita, a quarta edição da Virada Sustentável reunirá por quatro dias empresas, escolas e universidades, ONGs, órgãos públicos, coletivos de cultura, movimentos sociais e equipamentos culturais, entre outros, com o objetivo de apresentar uma visão positiva e inspiradora da sustentabilidade em toda a cidade de São Paulo.

A Virada deste ano trará centenas de atrações culturais, atividades e conteúdos ligados a temas como biodiversidade, cidadania, resíduos, mobilidade urbana, água, direito à cidade, mudanças climáticas, consumo consciente e economia verde.

Gratuita e aberta, a programação acontecerá simultaneamente em parques como o Ibirapuera, o Villa Lobos, o da Juventude, o Água Branca e o parque linear Cantinho do Céu, bem como no Memorial da América Latina, na Universidade de São Paulo (USP), na Casa de Cultura Palhaço Carequinha, em escolas e em espaços públicos diversos. O Largo da Batata e a Praça Victor Civita também serão palco de atividades.

A Virada Sustentável já é o maior movimento de mobilização colaborativa para a sustentabilidade do Brasil e um dos maiores do mundo. O acontecimento, que chega à sua quarta edição em 2014 e, a cada ano, se consagra mais em São Paulo, já ganhou outros Estados e terá sua edição em Recife ainda este ano. Nos três anos de realização, a Virada Sustentável já impactou, ao todo, mais de 2 milhões de pessoas, com suas 1.789 atividades realizadas em 379 locais por cerca de 200 organizações participantes.

Uma novidade de 2014 será o polo extremo sul. Com curadoria do Imargem – coletivo atuante do Grajaú –, a programação reunirá atividades de comunidades do extremo sul da cidade. Agricultores, artistas, guaranis da aldeia Tenondé Porã (em Parelheiros) e coletivos de comunicação comporão a cena da Virada na quebrada.

O público poderá acompanhar a exposição de fotografia “Entre a Cidade e a Floresta”, do Instituto Refloresta; assistir à exibição de filmes na Casa de Cultura Palhaço Carequinha; conhecer (e comprar) as obras dos artistas empreendedores no Ateliê Daki; ver a construção de um painel do grafiteiro Alexandre Orion, no CEU Três Lagos; conferir a exposição do artista visual Pato, na Casa do Rosário; conversar com agricultores e conhecer as plantações de orgânicos na Chácara Santo Amaro; e participar do rolê pelo extremo sul: tour de ônibus pelos principais pontos da Zona Sul (do Grajaú à aldeia guarani Tenendé Porã).

Outro destaque será o Conexões Ocupação – Como Virar Sua Cidade, que fomentará o encontro, troca e debate entre coletivos de ocupação e direito à cidade e público em geral. E ainda promoverá a revitalização de algum espaço público, a ser escolhido pelos coletivos participantes.

Idealizada por comunicadores que reconhecem a importância da abordagem positiva de um tema para gerar o envolvimento e a mudança de comportamento das pessoas, o evento teve sua primeira edição em 2011, quando reuniu mais de 500 mil pessoas em 482 atrações, oferecidas em 78 espaços. No segundo ano, mais distribuída por São Paulo, com ações e atrações em todas as regiões da cidade, a Virada se democratizou. Reuniu em torno de 740 mil pessoas em 612 atividades gratuitas, realizadas em 149 locais. Em 2013, o evento reuniu 695 atrações e atividades, em 152 locais de São Paulo, com público aproximado de 800 mil pessoas.

Para mais informações, acesse o sitewww.viradasustentavel.com.

SERVIÇO
O quê: Virada Sustentável 2014;
Quando: De 28 a 31 de agosto de 2014;
Local: São Paulo (SP);
Mais informações :Pelo site http://viradasustentavel.com

Fonte:

O país precisa de uma inevitável reflexão sobre acontecimentos tão previsíveis como a incapacidade das prefeituras de lidar com o lixo.

Por Reinaldo Canto*

Tenho acompanhado atentamente os muitos comentários e análises de variados especialistas a respeito dos desdobramentos do não cumprimento do prazo para que os prefeitos de todas as cidades brasileiras dessem um ponto final aos seus lixões. Nos dias posteriores ao prazo final para o cumprimento do que determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) – 2 de agosto –, foram divulgados relatórios, realizados eventos e elaboradas inúmeras teorias para justificar o chocante fato de ainda existirem no Brasil cerca de 3.500 lixões ativos em todas as regiões do país, número cujo significado é o descumprimento da lei por 60,7% dos municípios.

O resultado a demonstrar o fragoroso descumprimento da lei pela maioria só surpreendeu os ingênuos. Era notória a falta de movimento e de ações efetivas de nossas autoridades municipais.

O problema está distribuído por todo o Brasil, quase sem exceção. Só no Nordeste a existência de lixões ainda é uma realidade em mais de 1.500 municípios. A situação também é grave entre algumas capitais, como Porto Velho, Belém e Brasília. O Distrito Federal representa um caso vergonhoso, pois tem o chamado Lixão da Estrutural, o maior da América Latina, com uma extensão correspondente a 170 campos de futebol e altura equivalente a 50 metros de lixo.

A Lei 12.305, que instituiu a PNRS, entrou em vigor em 3 de agosto de 2010, concedendo prazo até agosto de 2012 para os municípios apresentarem seus planos de gestão integrada de resíduos sólidos (art. 55) e até o último dia 2 de agosto de 2014 para o encerramento dos lixões (art. 54). A primeira data, relativa à obrigatoriedade das prefeituras de entregar os planos, já havia sido amplamente descumprida; é difícil imaginar, portanto, que a segunda seria contemplada com mais tranquilidade.

E um fato ainda mais interessante e curioso de toda essa discussão é que não foi a PNRS a determinar o fim dos lixões em todo o país. A disposição ambientalmente adequada de rejeitos em aterros sanitários (locais capazes de evitar contaminações, danos à saúde humana e maiores impactos ambientais) já estava prevista numa antiga portaria do Ministério do Interior, a de número 053/1979. Ela condenava o descarte em lixões e, desde 1981, a poluição ambiental passou a ser considerada crime. Anos mais tarde, a Lei 9.605 de 1998 acrescentou a necessidade de se obter o licenciamento ambiental para o descarte de materiais, coisa que, obviamente, nenhum lixão teria condições de conseguir.

Registros históricos à parte, entramos no mês de agosto com uma massa de prefeitos de todos os cantos do Brasil rotulados como “foras da lei”. Pela letra fria do texto da PNRS, os dirigentes municipais que ainda despejam os resíduos de suas cidades em lixões podem ser presos, perder o mandato e pagar uma multa de até R$ 50 milhões, dependendo dos variados graus de descumprimento da lei. O município também poderá deixar de receber repasses de verbas do governo federal, o que seria fatal para o orçamento de uma quantidade enorme de cidades que dependem desse dinheiro para sobreviver.

E agora? O que fazer?

Diante desse quadro de cores fortes e perturbadoras, as opções que estão sendo colocadas de maneira mais incisiva vão da punição imediata até a extensão do prazo para o cumprimento da lei. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, foi uma das primeiras a se manifestar, em nome do governo federal, contra a prorrogação do prazo. No sentido contrário, uma emenda ao projeto de lei apresentado pelo deputado federal Manoel Júnior (PMDB-PB) joga para mais oito anos o cumprimento da lei. É importante lembrar que em ano eleitoral pouca coisa irá mudar se tivermos de esperar ações do governo ou do Congresso Nacional.

Talvez, antes de definir os novos passos de implementação da lei e diante dessa nova realidade, melhor seja conhecer com mais detalhes o que se passou desde a aprovação da lei no Congresso Nacional em 2010. Será mesmo possível classificar todos esses milhares de prefeitos como irresponsáveis e pouco preocupados com a saúde e o futuro de suas populações?

Bem, não foi isso o que a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) apresentou em seu relatório na Subcomissão Temporária de Resíduos Sólidos do Senado Federal. Após reunir informações de seis audiências públicas relacionadas ao tema, ela constatou que existem inúmeros fatores que levaram ao descumprimento dos prazos, entre os quais ela cita o caso do seu Estado. No Amazonas, afirma Grazziotin, todos os municípios apresentaram o planejamento para a desativação dos lixões, mas não puderam executar por falta de recursos e de acesso a verba federal. Nessa situação, seria possível dividir um pouco da responsabilidade entre o governo federal e os municípios.

A própria Confederação Nacional dos Municípios, em diversos encontros realizados nos últimos anos, revelava a preocupação de seus associados quanto às dificuldades que encontravam para elaborar seus planos e a falta de apoio tanto em pessoal técnico qualificado como em garantia de verbas para colocá-los em prática.

Avanços, apesar de tudo

Mas todo esse cenário não é composto apenas de más notícias. Um estudo da Associação Brasileira de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) concluiu que, atualmente, 40% de todo o lixo produzido no Brasil ainda tem destinação inadequada. Só que esses números são bem mais interessantes que os 88% registrados em 1989, quando os nossos resíduos produzidos a cada dia tinham como destino lixões a céu aberto, sem qualquer cuidado ou tratamento. Essa evolução se deu graças à chegada da Política Nacional de Resíduos Sólidos, mesmo com todos os problemas de cumprimento apresentados até aqui.

Também podemos somar outro grande benefício, que são os investimentos do poder público no apoio às cooperativas de catadores. Hoje o Brasil possui, segundo a Abrelpe, cerca de 30 mil profissionais cooperados para um universo de 800 mil catadores que vivem dessa atividade. São poucos, claro, mas que eram menos ainda num passado não tão distante.

É óbvio que os números vinculados aos avanços podem ser vistos como tímidos e insuficientes. Por outro lado, fechar os olhos para o que foi conseguido e apenas lamentar e criticar pouco irá contribuir para uma mudança real nesse estado de coisas. Entre passar a mão na cabeça dos prefeitos ou puni-los com o rigor e a espada da lei, fico com um meio termo que busque efetivamente o caminho de uma solução positiva e duradoura em prol da saúde das pessoas e do meio ambiente.

* O jornalista Reinaldo Canto é especializado em sustentabilidade e consumo consciente e professor de gestão ambiental.

Matéria publicada originalmente no site da Carta Capital.

Legenda da foto: Lixão em Campinas, no interior de São Paulo.
Crédito: Carlos Bassan/Prefeitura de Campinas

FonteEthos