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No último mês, houve uma queda de 4,4% nas comercializações de insumos em relação a março. Na comparação com abril do ano passado a redução foi ainda maior: 9,1%

Kelly Amorim, do Portal PINIweb

De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) divulgados nesta terça-feira (20), as vendas de materiais de construção tiveram queda de 4,4% em abril na comparação com o mês anterior. De janeiro a abril, houve uma redução de 2% nas vendas em relação ao mesmo período de 2013. Já comparado a abril do ano passado, a queda foi de 9,1%.

A pesquisa analisou dois itens: materiais básicos e de acabamento. No grupo dos materiais básicos, o faturamento deflacionado das vendas internas apresentou queda de 1,9% em abril em relação a março. Na comparação com abril de 2013, a queda foi de 10,4%. O resultado acumulado no primeiro quadrimestre do ano registrou queda de 3,8% comparado ao mesmo período do ano passado, enquanto nos últimos 12 meses a queda foi de 1,1% em relação aos 12 meses anteriores.

Já os materiais de acabamento registraram faturamento deflacionado das vendas internas com queda de 6% na comparação com março, também de 6% na comparação com abril do ano passado e, em análise do primeiro quadrimestre do ano, houve crescimento de 1% em relação ao mesmo período do ano passado. Nos últimos 12 meses o índice também registrou crescimento de 4,7% em relação aos 12 anteriores.

Em relação aos empregos na indústria, o estudo aponta que o crescimento foi de 1,0% em relação a março e de 6,7% na comparação com abril do ano passado.

Revisão de perspectiva

A queda das vendas de materiais de construção em abril fez com que a Abramat reduzisse a previsão de crescimento do setor em 2014 de 4,5% para 3%. “Os segmentos de varejo, imobiliário e infraestrutura apresentaram resultados abaixo do esperado. Os produtos de acabamento sofreram menos. Ainda há tempo para uma recuperação, mas torna-se mais difícil atingirmos o crescimento previsto para 2014, de 4,5%.” afirma o presidente da Abramat, Walter Cover.

Fonte: Pini

A um mês da abertura Copa do Mundo, o Brasil ainda tem questões a resolver nos dias que restam. De obras em estádios a questões de logística para receber os visitantes, o País terá que correr contra o tempo para entregar o Mundial.

Obras em atraso

O problema mais óbvio da Copa do Mundo do Brasil: obras estão atrasadas País afora. Lembra do trem-bala entre Rio de Janeiro e São Paulo? Ele quase não foi mencionado outra vez depois que foi anunciado em 2009, quando a presidente Dilma Rousseff ainda era ministra da Casa Civil. Pois ele está longe de ficar pronto, assim como diversas outras construções iniciadas com o pretexto de estarem prontas na Copa do Mundo.

A maioria destas tornaria o megaevento melhor tanto para turistas quanto para habitantes, mas não era essencial para a realização do Mundial. Outras, entretanto, precisam estar prontas até o dia 12 de junho por estarem diretamente vinculadas às arenas que receberão as partidas entre seleções. Entre elas estão a Arena da Baixada e Arena Corinthians, estádios mais atrasados e que sequer foram testados nas condições impostas pela Fifa no Mundial.

O caso mais preocupante é o da futura casa corintiana, na qual a instalação das arquibancadas temporárias para a Copa do Mundo não foi concluída – o estádio propriamente dito está praticamente pronto. Enquanto no interior a maioria das arenas já está pronta, questões de infraestrutura elétrica, hidráulica, entre outros aspectos, seguem em andamento, inclusive em sedes já experimentadas, como a Arena Pantanal.

Estruturas temporárias para transmissão de jogos serão montadas em locais como a Arena das Dunas, em Natal, que já recebeu partidas do Estadual, Série B e Copa do Brasil, mas terá que realizar adaptações específicas para o Mundial. Embora menores, elas preocupam por serem feitas de última hora – para serem desmontadas posteriormente por serem desnecessárias fora da Copa do Mundo.

Também no Rio Grande do Norte, o Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante deveria ser inaugurado até o Mundial. Até esta segunda-feira, porém, ele não foi e, conforme o tempo passa, o diminuto Aeroporto Augusto Severo será encarregado de receber os voos para a sede nordestina. Promessas de abertura foram feitas para abril, adiadas para maio, mês no qual a prefeitura da cidade começou a instalar placas indicando a localização do novo terminal.

Falta de apoio popular

A Copa das Confederações foi pano de fundo de manifestações em larga escala por todo o Brasil, que mostraram a insatisfação popular a respeito de diversas facetas do País, desde educação e saúde até segurança e corrupção.

Embora elas tenham diminuído com o passar dos meses, parte da população brasileira não deu grande sinais de que está feliz para receber a Copa do Mundo. Protestos continuam país afora, mas com dimensões muito menores e, em alguns casos, liderados por manifestantes mais violentos quando comparados à maioria dos presentes nos eventos de junho de 2013.

Receosos com uma possível mobilização equivalente à da Copa das Confederações durante um evento de muito mais exposição internacional, como é a Copa do Mundo, governos estaduais e municipais equiparam suas tropas de choque com armaduras dignas de cenas de cinema.

Proximidades dos eventos testes com a data do mundial

A Arena Corinthians receberá no próximo dia 18 o primeiro teste “padrão Fifa” na partida entre Corinthians e Figueirense pelo Campeonato Brasileiro, enquanto a Arena da Baixada será testada pela primeira vez nesta quarta-feira em um amistoso entre Atlético-PR e Corinthians.

Os dois estádios são os vencedores do prêmio construção mais atrasada do Mundial, pois ambos serão colocados à prova restando menos de um mês para o começo da Copa do Mundo. A Cerimônia de Abertura, inclusive, será na Arena Corinthians, cujo teste será o último entre as 12 cidades-sede.

A entrega em cima da hora pode escancarar falhas infraestruturais não observadas durante as obras com pouco tempo para correções. Como exemplo negativo houve a Arena Pantanal, a antepenúltima a ser experimentada, que apresentou problemas como o alagamento dos seus arredores no dia em que recebeu a sua primeira partida, entre Santos e Mixto, pela Copa do Brasil.

Mesmo depois de receber outros jogos, o estádio de Cuiabá continuou em obras, nas quais um operário morreu eletrocutado na última semana.

Aeroportos e transporte público

Já se sabe que parte dos aeroportos prometidos para a Copa do Mundo não ficará pronta a tempo, mas as companhias aéreas não esquecerão de aumentar os valores das passagens para quem quiser voar pelo Brasil durante a competição.

A Embratur, Instituto Brasileiro de Turismo, se manifestou em outubro do ano passado pedindo que as empresas responsáveis pelos voos pelo País estipulassem um teto para os valores dos tíquetes para que os turistas não sejam explorados no Mundial graças à demanda elevada, que é um motivo para que os preços subam naturalmente.

A Azul e a Avianca, as duas companhias com menor parcela de mercado, afirmaram que estabeleceriam um limite no preço das suas passagens, porém GOL e Tam não tiveram a mesma postura. A Agência Nacional de Aviação, por sua vez, liberou quase 2 mil novos voos durante o período, medida que visa a diminuição dos valores dos tíquetes graças à oferta maior de assentos.

Não é só o acesso aos aviões que levanta dúvidas na cabeça da população, mas também o processo desgastante especialmente para desembarques internacionais, nos quais a entrega de bagagens tem sido um problema por todo o país, assim como a passagem pela polícia federal. Nos últimos meses enormes filas para adentrar ao País viraram regra, cansando ainda mais os viajantes.

Para a movimentação dentro das cidades, o atraso de obras prometidas para a Copa do Mundo também é uma complicação para torcedores e moradores. Planos especiais para dias de jogos devem ser adotados em todas as cidades-sede para contornar a fragilidade do acesso por meio do transporte público tradicional.

No Recife, por exemplo, a estação Cosme Damião do metrô deu conta do enorme fluxo de torcedores que foram à Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata, durante a Copa das Confederações, mas mesmo assim o acesso foi criticado por ser sobrecarregado em dias de jogos e distante do estádio.

Em São Paulo, duas linhas darão acesso à Arena Corinthians, mas terão um período restrito de testes para simular a demanda em dias como a Cerimônia de Abertura da Copa do Mundo.

A Linha 11 Coral – Expresso Leste da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e a Linha 3 Vermelha do Metrô não faziam parte do projeto original da cidade para o Mundial, pois inicialmente o Estádio Morumbi seria a sede paulista da competição. No entanto, ambas estão em funcionamento há anos transportando moradores da região mais populosa da cidade.

Setor hoteleiro

Assim como na questão das passagens aéreas, o valor das diárias de hotel durante o Mundial é uma preocupação para os turistas, especialmente os brasileiros, que acompanharam os valores de certos locais aumentarem mais de 200% em relação aos preços que seriam pagos em dias e meses comuns.

A tendência, pela procura, é um aumento nos custos de aluguel de quartos, porém um crescimento abusivo dos números é o que deixa a população em alerta. São Paulo é a cidade que mais preocupa neste quesito, pois apesar de ser uma das cidades-sede mais abastadas na quantidade de leitos, tem como diária mais barata, dentre os hotéis recomendados no site da Fifa, um valor a partir de R$ 541.

A capital paulista, inclusive, ao contrário de outros municípios que receberão partidas durante a Copa do Mundo, é que hospedará visitantes a uma distância maior da Arena Corinthians, onde ocorrerão as partidas. O hotel cuja diária foi citada, por exemplo, fica a 24 km do estádio.

O Ministério da Justiça se manifestou a respeito desta questão por meio da Secretaria Nacional do Consumidor. Representada pela secretária Juliana Pereira, a pasta pediu que os hotéis das cidades-sede se comprometessem a colocar em seus sites os preços praticados nos períodos de pico de demanda, como o Carnaval e Reveillon no Rio de Janeiro, para os clientes terem uma referência de valores e saberem quando números abusivos forem cobrados.

Fonte: Terra

Estudo prevê que no máximo 59 visitantes estrangeiros terão a doença. Em anos anteriores, número de casos durante o período foi baixo.

O número de casos de dengue deve cair até o início da Copa do Mundo, o que representará um risco menor para os turistas que visitarão o país, segundo apontam especialistas. O evento vai coincidir com um período em que normalmente se observa uma queda sazonal da doença. Uma projeção feita por pesquisadores da USP e de outras instituições concluiu que, no pior dos cenários, haverá 59 ocorrências de dengue entre os 600 mil visitantes que o país deve receber durante a Copa.

Para se chegar a esse resultado, a projeção levou em conta a média de casos de dengue registrados nas cidades-sede no mesmo período da Copa – entre 12 de junho e 13 de julho – nos quatro anos anteriores. Além disso, considerou a estimativa do número de visitantes que o país deve receber e os possíveis roteiros escolhidos pelos turistas.

Um dos autores do estudo foi o infectologista Marcelo Nascimento Burattini, professor da Faculdade de Medicina da USP e da Escola Paulista de Medicina (Unifesp). Ele explica que a primeira etapa do cálculo foi estimar o risco de contrair dengue em cada dia de permanência no país, em cada cidade-sede. Depois, estimou-se a quantidade de estrangeiros em cada cidade, durante cada dia do mundial. Foram simuladas 32 opções de roteiro, levando em conta que um visitante pode querer acompanhar os jogos de seu time pelo país e permanecer durante mais tempo nas cidades com mais atrativos turísticos.

Levando em conta todas essas variáveis, o cálculo concluiu que, no pior dos cenários, haverá 59 infecções entre os 600 mil visitantes; no melhor dos cenários, haverá 3 casos. Na média, o número esperado de casos entre os estrangeiros é de 33. “Talvez a gente fique muito mais próximo do limite inferior porque assumimos que os turistas tenham o mesmo risco dos residentes”, diz Burattini. Segundo ele, os turistas podem ter hábitos que configurem um risco menor de infecção em relação aos moradores.

Em um roteiro simulado pela pesquisa em que o visitante passe 4 dias em São Paulo, 12 dias em Fortaleza (para acompanhar dois jogos), 4 dias no Distrito Federal, 8 dias em Belo Horizonte (também para acompanhar dois jogos) e 5 dias no Rio de Janeiro, o risco de contrair dengue seria de 0,0335%

O especialista afirma que o pico de casos de dengue costuma ocorrer entre a 15ª e a 20ª semana do ano. A Copa terá início na 24ª semana de 2014. Um gráfico fornecido pelo Ministério da Saúde que mostra a sazonalidade da doença ao longo dos últimos cinco anos ilustra essa dinâmica (veja gráfico acima).

Alerta
Em novembro do ano passado, o mundo passou a discutir os riscos de dengue durante a Copa do Mundo quando um artigo na revista “Nature” chamou a atenção para o problema. “A dengue pode ser um problema significante em algumas das locações dos jogos, e medidas preventivas são necessárias”, afirmou o professor de epidemiologia Simon Hay, da Universidade de Oxford, no artigo. O especialista enfatizou o risco mais alto de infecção por dengue em cidades como Fortaleza, Natal e Salvador.

Intitulado “A febre do futebol pode ser uma dose de dengue”, o artigo recomenda que turistas fiquem em acomodações com telas nas janelas e ar condicionado, que usem inseticida em ambientes internos e que vistam roupas que cubram os braços e pernas para evitar a picada do mosquitoAedes aegypti, transmissor da doença.

Sazonalidade
De acordo com o coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue, Giovanini Coelho, o padrão do número de casos de dengue ao longo do ano é determinado principalmente pelas condições climáticas. “O mosquito se prolifera principalmente em temperaturas médias de 28 a 30ºC, com umidade relativa alta. Coincide de janeiro a maio no Brasil”, diz Coelho.

Ele afirma que, este ano, o topo da curva de ocorrências já foi alcançado. “Agora existe uma tendência de queda. A tendência é que, até o final de maio, haja uma redução importante”, diz. Coelho observa que o país não será um ambiente isento do risco de doenças durante a Copa. “Mas do ponto de vista epidemiológico, há um risco baixíssimo”.

Até o dia 5 de abril, o país havia registrado 215.169 casos de dengue no ano. Em 2013, o número de casos chegou a 1.470.487. “O cenário que temos este ano é bem melhor do que o cenário do ano passado”, afirma o coordenador.

Coelho lembra que o Brasil tem um programa de combate à dengue em caráter permanente e que, em outubro do ano passado, todas as cidades-sede da copa já haviam apresentado planos de contingência contra a dengue. “A dengue é uma doença endêmica no Brasil e, embora a gente esteja em uma situação tranquila, os cuidados precisam ser mantidos”, diz.

Fonte: G1

Índice do reservatório foi registrado pela Sabesp na manhã deste domingo. Governo de SP diz que água do ‘volume morto’ começa a ser usada dia 15

O nível acumulado de água do Sistema Cantareira caiu para 8,9% neste domingo (11), segundo relatório divulgado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Nos últimos sete dias, o reservatório perdeu 1,2 pontos percentuais de sua capacidade. Diante da falta de chuvas, o governo decidiu antecipar o uso da água que sobrou no fundo do sistema Cantareira, o chamado “volume morto”.

Nesta quinta (8), o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que a água do volume morto do reservatório deve começar a ser utilizada pela Sabesp no dia 15 de maio. “A utilização da reserva técnica provavelmente começará no dia 15 de maio”, afirmou.
O volume morto é um reservatório que abriga 400 milhões de metros cúbicos de água – quantidade suficiente para elevar o nível do sistema em 18,5%, segundo estimam os técnicos da Sabesp.
O reservatório nunca foi utilizado porque o sistema de bombeamento não chegava a essa profundidade. O governo estadual realizou obras para conseguir bombear a água após o nível do Sistema Cantareira atingir os menores índices da história e ficar abaixo dos 10%.
A Sabesp faz um serviço emergencial desde o dia 17 de março para retirar água do fundo dos reservatórios do Cantareira. Segundo a companhia, o “volume morto” poderá abastecer a Grande São Paulo por quatro meses. A obra está orçada em R$ 80 milhões e vai tornar útil uma reserva de 300 bilhões de litros de água que fica abaixo do nível das comportas.
Conta mais cara
No dia 22 de abril, Alckmin anunciou que os moradores da Grande São Paulo abastecidos pelo Sistema Cantareira terão um acréscimo na conta de água caso aumentem o consumo. De acordo com o governador, o usuário que gastar acima da média em maio pagará 30% a mais em junho. Já os consumidores de 31 cidades atendidas pela Sabesp que conseguirem economizar 20% receberão um desconto de 30%.
Alckmin voltou a explicar que a economia de água em cidades abastecidas por outros sistemas podem contribuir para atender bairros originalmente cobertos pelo Cantareira. Segundo o governador, os sistemas Alto Tietê e Guarapiranga aliviaram a situação do Cantareira. A partir de setembro, o Riacho Grande também deverá atuar nesse sentido.
Falta de água
Moradores da Zona Norte de São Paulo dizem que o fornecimento é interrompido à noite desde março. Segundo relatos, há falta de água entre o fim da tarde e o início da manhã. O fornecimento é retomado somente após as 6h dos dias seguintes. Eles reclamam de não terem sido informados sobre o desligamento da água. O governo de São Paulo, entretanto, nega que clientes da Sabesp sejam afetados por racionamento.

Fonte: Globo

Especialistas avaliam as possíveis maneiras para sair da crise e evitar que ela se repita no futuro

A capacidade do Sistema Cantareira, reservatório que atende 9,8 milhões de paulistas – 8,4 milhões só na capital –, chegou a apenas um dígito pela primeira vez na história na última sexta-feira: 9,2%, segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Um ano atrás, na mesma data, cerca de 60% do volume do sistema estava disponível. Para evitar a falta de água, a Sabesp iniciou, em março, obras que permitem a captação do chamado volume morto, porção de água que fica no fundo do reservatório, abaixo dos tubos que tiram a água e enviam para as estações de tratamento. Dezessete bombas de captação foram instaladas em março, a um custo de 80 milhões de reais, e, a partir de 15 de maio — segundo a Sabesp —, 200 dos 400 bilhões de litros que compõem o volume morto estarão disponíveis para uso.

A expectativa é que a água do volume morto garanta o abastecimento das regiões de São Paulo que dependem do Cantareira até outubro, quando inicia a estação de chuvas, e o nível do reservatório começa a subir. Para o plano dar certo, é preciso que o próximo verão seja diferente do último. Enquanto a média histórica de chuvas sobre o Sistema Cantareira é de 226,8 milímetros em dezembro, 259,9 em janeiro e 202,6 em fevereiro, em 2014 os valores registrados foram de 62,9 milímetros, 87,8 e 73,0, respectivamente. A queda abrupta, segundo Alexandre Nascimento, meteorologista da Climatempo, ocorreu devido a uma massa de ar seco na região durante o verão, que impediu a chegada de frentes frias vindas da América do Sul. “A previsão para a virada de 2014 para 2015 é de chuvas dentro da média. Se isso se concretizar, a situação do Sistema Cantareira deve se estabilizar novamente em 2016”, afirma.

O governador do Estado, Geraldo Alckmin, anunciou para este semestre a aplicação de multas para quem aumentasse o consumo de água. Se aprovada, a medida vai se somar ao desconto de 30% para quem economizar ao menos 20%, em vigência desde fevereiro. “A razão desta situação em que São Paulo se encontra é a falta de planejamento”, afirma Ivanildo Hespanhol, diretor do Centro Internacional de Referência em Reúso de Água (Cirra), da Universidade de São Paulo. Para ele, a forma como o Estado lida com o problema de abastecimento hídrico é atrasada. “Nós continuamos fazendo a mesma coisa que os romanos há 2.000 anos: trazendo a água de cada vez mais longe”, critica.

Especialistas ouvidos pelo site de VEJA concordam que não existe uma saída única e rápida para o problema hídrico da metrópole. Ações que ajudam a evitar crises futuras demandam tempo e investimento, não apenas do governo, mas da sociedade como um todo. Confira a seguir análises sobre diversas possibilidades — algumas mais viáveis que outras — de soluções a curto e longo prazo para o abastecimento de São Paulo.

Rodízio de água — A possibilidade de um rodízio do abastecimento de água tem sido descartada pelas autoridades. Na visão dos especialistas, porém, caso a torneira seque antes que a água do volume morto entre no cano ou a água extraída dele não seja suficiente para abastecer a região até que as chuvas encham o reservatório novamente, a medida pode ser inevitável. Para Ivanildo Hespanhol, o rodízio deve ser realmente a última alternativa, porque prejudica a qualidade da água. Quando o abastecimento de uma tubulação é interrompido, a água continua sendo utilizada pela população até que o tubo se esvazie completamente. Esse mecanismo gera uma pressão negativa, que cria sucção dentro do tubo. “Como a rede apresenta trincas e vazamentos, acaba aspirando a carga poluidora do solo. Quando a água volta a percorrer esse túnel, leva as impurezas junto com ela”, explica.

Redução da perda de água tratada — A perda de água tratada em São Paulo está em torno de 25%. Apesar de ser melhor do que a média brasileira — cerca de 40% — o índice ainda é considerado bem longe do ideal. Parte dessa perda se deve a vazamentos de tubulação, que muitas vezes acumulam décadas de uso, prejudicando o sistema. Um levantamento feito pela Sabesp mostrou que metade do sistema de abastecimento que atende bairros como Perdizes (Zona Oeste), Moema (Zona Sul), Tatuapé (Zona Leste) e Sé (Centro) tem mais de trinta anos de uso. Segundo especialistas, a tubulação de algumas regiões chega a sessenta anos. “O índice de perda tem que baixar para aproximadamente 10%, um desperdício dentro dos parâmetros internacionais”, afirma João Luiz Brandão, professor do Departamento de Hidráulica e Saneamento da Escola de Engenharia de São Carlos da USP (EESC-USP).

O custo de localizar e reparar a rede é alto — é necessário quebrar o asfalto, interromper a circulação de veículos, trocar a tubulação e tapar o asfalto de novo —, de modo que sempre foi mais barato e fácil buscar água em outra fonte e continuar com os vazamentos. “Mas chegamos a um ponto em que não tem de onde trazer água. A alternativa mais barata não está mais disponível”, afirma Antônio Carlos Zuffo, professor da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Mudança de hábitos culturais — Pensar que São Paulo é uma região com grande disponibilidade de recursos hídricos é um erro comum entre seus habitantes. Apesar de o Brasil deter 12% das reservas de água doce do planeta, a maior parte desses recursos encontra-se na região Norte do país. “A primeira coisa que a gente tem que fazer para reduzir o consumo de água é mudar a nossa cultura de abundância”, afirma Hespanhol. E também é um equívoco acreditar que os grandes “ladrões” de água são a indústria ou a agricultura. “A parte de água de nossos reservatórios destinada à agricultura é irrelevante, apenas 3%. Para a indústria, vão outros 17% e os 80% restantes são de uso urbano”, diz José Carlos Mierzwa, professor do departamento de engenharia hidráulica e sanitária da Escola Politécnica da USP.

Por isso, o primeiro passo para a economia de água é a educação ambiental. Devem ser incentivados comportamentos simples, como tomar banhos mais rápidos e não lavar carros e calçadas com mangueiras. Outra iniciativa é trocar equipamentos hidráulicos nas residências por aqueles que consomem menos água — vasos sanitários são grandes vilões no consumo de água doméstico. As privadas mais antigas foram projetadas para eliminar 20 litros de água cada vez que a descarga é acionada. “Desde 1982, uma norma brasileira recomenda que os vasos usem apenas 6 litros. Hoje, praticamente só são comercializados vasos com o volume reduzido, mas existem prédios anteriores com o equipamento velho”, diz o professor.

Despoluição dos rios Tietê e Pinheiros — Despoluir e utilizar as águas desses dois rios da região metropolitana não é, até o momento, uma opção considerada viável pelos especialistas. “Hoje não vejo como utilizar o Tietê e o Pinheiros. Além da qualidade da água ser ruim, os rios recebem muita poluição difusa, aquela que é carregada pela chuva que ‘lava’ a cidade, contendo às vezes poluentes altamente tóxicos”, afirma João Luiz Brandão. Já existe, porém, o Sistema Alto Tietê, que capta água perto da cabeceira do rio, com melhor qualidade, que abastece a zona Leste de São Paulo e municípios como Mogi das Cruzes, Poá e Suzano.

Fonte: Veja

O Índice Nacional da Construção Civil apresentou variação de 0,46% em abril, resultado 0,16 ponto percentual abaixo dos 0,62% de março. Com o resultado de abril, os preços na construção civil passaram a acumular nos primeiros quatro meses do ano uma inflação de 1,99%, contra 1,79% do período janeiro a abril do ano passado.

Os índices são calculados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com a Caixa. Nos últimos últimos 12 meses, a alta foi 0,71%, abaixo dos 0,94% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em abril de 2013, o índice anualizado foi 0,69%.

O IBGE informou que a taxa de inflação anualizada é baixa porque decorrência da desoneração da folha de pagamento das empresas do setor da construção civil, prevista na Lei 12.844, sancionada em 19 de julho de 2013. Sem a desoneração, o acumulado no ano seria 1,93% e a dos últimos 12 meses 7,60%.

A Região Nordeste apresentou a maior variação em abril: 1,04%, com destaque para a Bahia (2,69%) e Pernambuco (1,02%). Os demais resultados foram: 0,03% (Norte), 0,18% (Sudeste), 0,43% (Sul) e 0,24% (Centro-Oeste).

Fonte: Diário de Pernambuco