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Após o expressivo crescimento de empreendimentos sustentáveis no Brasil, a nova tendência é tornar sustentáveis os edifícios já existentes, a fim de se obter redução dos custos operacionais e melhorar a qualidade dos ambientes. Para Newton Figueiredo, presidente do Grupo SustentaX, que esteve a frente da certificação LEED para operação e manutenção dos empreendimentos CYK, na avenida Paulista, e o edifício da Ed.Abril, na marginal Pinheiros, entre os benefícios estão melhoria da qualidade de vida para os ocupantes, redução do impactos para as cidades, efetiva redução de custos operacionais, gerando maior competitividade e também rentabilidade para seus investidores.

“O objetivo da operação e manutenção sustentáveis é tornar um empreendimento já existente mais saudável e mais atraente às empresas, mais competitivo e com ambientes que levam a maior produtividade dos colaboradores”, afirma.

Entre algumas medidas para se obter uma operação e manutenção sustentáveis estão:

Políticas de compras sustentáveis: aquisição utilizando critérios de sustentabilidade de produtos e equipamentos: Selo Procel, Selo Cerflor, Selo SustentaX, Selo Conpet, com o objetivo de garantir qualidade, desempenho e mitigando riscos, pela seleção de fornecedores de serviços e produtos com responsabilidade socioambiental comprovada;

Controle da toxidade dos produtos de limpeza para melhoria do ar interno e menor risco de contaminação na manipulação de produtos;

Áreas externas específicas para fumantes distantes das entradas de ar para o interior do edifício (distância de 8m) evita alergias e outros males provocados por substâncias tóxicas;

Otimização do controle de funcionamento e desligamento de sistemas e equipamentos para redução do consumo de energia elétrica;

Gerenciamento de resíduos para a destinação correta e diminuição da necessidade de aterros sanitários;

Barreiras de contenção de poeira (capachos) em todas as entradas para redução de ocorrência de doenças respiratórias.

Além da gestão com procedimentos dentro dos melhores padrões internacionais, otimização dos sistemas de automação de ar condicionado, eficiência energética dos sistemas de iluminação.

Para Figueiredo, sustentabilidade predial é um processo de mudança, cujo sucesso, depende, sobretudo, do engajamento das pessoas, já que “exige o envolvimento de todos, dos ocupantes, proprietários aos fornecedores de serviços, para a criação de novos procedimentos, alterações práticas e culturais”.

Fonte: Construchemical

Para obter selo, empreendimento tem de cumprir requisitos como uso de luz natural, gestão de resíduos e utilização de recicláveis.

O empreendimento paulistano que se tornou modelo em sustentabilidade é o Rochaverá, às margens do Rio Pinheiros, na zona sul – projetado pelo escritório Aflalo amp; Gasperini Arquitetos. Uma das características que contaram a favor foi o sistema de reúso da água da chuva. Absorvida nas coberturas das torres e nos ralos em toda a área do empreendimento, ela é encaminhada para um depósito, de onde o líquido é bombeado para a superfície, irrigando jardins.

Os elevadores ficam no centro das torres, de forma que as laterais sejam todas ocupadas por janelas. Dessa forma, há uma superfície maior para incidência de luz natural e as lâmpadas não precisam ficar ligadas o tempo todo. Para evitar o uso desnecessário de ar-condicionado, o lado oeste – mais sujeito à ação solar – tem placas de granito intercaladas com os vidros para impedir o aquecimento interno. Do outro lado, há apenas vidro. Na cobertura, além de um jardim para absorver a chuva, foram usadas tintas reflexivas para que o calor não seja absorvido.

Quando a industria farmacêutica Boehringer Ingelheim decidiu mudar sua sede paulistana, em 2009, buscou o Rochaverá justamente por causa da certificação sustentável. Nosso principal critério na escolha foi esse: que o local fosse condizente com nossos valores, explica Adriana Von Treuenfels, diretor de Relações Institucionais da empresa. O prédio aquece menos, então o consumo de ar-condicionado reduz muito.

A modernidade e a proposta sustentável do empreendimento fazem parte de nossos valores, completa a publicitária Mônica Panelli, diretora de marketing da empresa de consultoria Everis, cujo escritório fica ali. A principal vantagem de estar em um prédio ecologicamente correto é a redução de custos operacionais relacionados à manutenção do escritório. / E.V. e R.B.

Na onda das práticas mais sustentáveis, o número de prédios verdes no Brasil não para de crescer. Já há 51 construções com o selo no País – 33 deles no Estado de São Paulo. Outros 525 estão em processo de certificação. Isso faz com que o Brasil seja o quarto no ranking mundial de construções verdes, atrás apenas dos Estados Unidos, dos Emirados Árabes Unidos e da China.

E a tendência é que essa quantidade aumente ainda mais, já que até maio 91 novos prédios entraram com pedido de certificação. É uma tendência irreversível, acredita Amilton de França Júnior, diretor de Sustentabilidade do Secovi, o sindicato do setor imobiliário. Cada vez mais os clientes estão ficando atentos para isso, estão exigindo.

Especialistas defendem que construir um prédio atualmente sem vislumbrar uma certificação ambiental pode se tornar um mico a médio prazo. Acreditamos que hoje é muito arriscado construir um empreendimento sem essa preocupação, avalia o consultor imobiliário Adriano Sartori, diretor da empresa CBRE. Pois num futuro próximo o prédio ficaria em posição desfavorável no mercado.

Para ser considerado um prédio verde e conseguir o selo Leed, o empreendimento passa pela avaliação de alguns requisitos, como uso de iluminação natural, gestão de perdas e resíduos, administrações do consumo de água e energia elétrica, uso de materiais renováveis, qualidade interna do ambiente e ideias inovadoras.

Um dos quesitos mais importantes é a localização do empreendimento. O terreno não deve ser contaminado e cobra-se uma boa infraestrutura local, principalmente de transporte público, para evitar que o edifício se transforme em um polo gerador de congestionamentos. Construções também devem reservar espaço para bicicletários e incentivar ações ecológicas – reservando vagas de estacionamento perto dos elevadores para quem der carona e para veículos de baixa emissão de carbono.

Muitas dessas exigências não significam necessariamente aumento no custo final da obra e podem ser alcançadas com mudanças estruturais. O processo para conseguir o certificado Leed custa aproximadamente US$ 3 mil para as incorporadoras. Os projetos são enviados para o World Green Building Council, nos Estados Unidos, e depois há um acompanhamento da obra pelo escritório brasileiro da instituição. O certificado é emitido seis meses após a entrada em operação do empreendimento.

O World Green Building Council também analisa a qualidade de todo o material usado nos canteiros de obras, avalia se é renovável e qual sua procedência. O laboratório Delboni Auriemo de Santana, por exemplo, foi construído com madeira certificada e todo o material usado foi comprado em um raio de 800 quilômetros da capital.

Custo. Especialistas afirmam que o investimento feito na construção e na obtenção do selo é recuperado pouco tempo depois. Um imóvel com o selo verde se valoriza cerca de 30%. Com a economia do uso de água e luz, por exemplo, o condomínio tende a cair. Um prédio verde economiza 50% de água e tem um ganho de eficiência energética que chega a 40%, explica o consultor imobiliário Adriano Sartori, diretor da empresa CBRE. Ao longo dos anos, isso representa uma economia brutal. Por causa da qualidade do material, os custos de manutenção também acabam sendo menores.

Na construção, os custos não chegam a 2% a mais do que um prédio convencional, afirma o arquiteto Roberto Aflalo Filho, do escritório Aflalo amp; Gasperini Arquitetos. No geral, os clientes que ultimamente nos procuram já expressam essa preocupação: querem obter a certificação.

Fonte: O Estado de São Paulo, edição Impressa de 02/07/2012

País é 58º da lista de países mais inovadores, atrás de Portugal, Chile e África do Sul; crédito, ambiente de negócios e educação são entraves

GENEBRA – O Brasil desabou no ranking dos países mais inovadores do mundo. Uma classificação publicada hoje pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual e pelo instituto Insead, considerada como a mais completa temperatura do grau de inovação no mundo, aponta que o Brasil ocupa apenas a 58.ª posição no ranking, uma queda de nove posições em relação a 2011.

Países como Portugal, Sérvia, Romênia, África do Sul e Bulgária estão melhores colocados que o Brasil. Os principais obstáculos no País: a qualidade do ensino superior e as condições para investir em ciência. O ranking é liderado pela Suíça, seguido pela Suécia, Cingapura e Finlândia. Os Estados Unidos estão na décima colocação.

O levantamento revela que o Brasil foi o país que mais caiu no ranking entre os Brics, sigla que agrupa China, Índia, Rússia e Brasil. Para os especialistas, o bloco todo precisa corrigir obstáculos institucionais para fomentar a inovação. China e Índia são citados como exemplos de países que conseguiram transformar bolsões de tecnologia em ganhos mais generalizados para a economia.

Mas, quanto ao Brasil, o levantamento revela que o País não é líder em inovação nem mesmo na América Latina. O Chile está na 39.ª posição. Já o restante da região está bem abaixo. Na 58.ª posição, a situação do Brasil não é cômoda. “Particularmente preocupante é a posição do Brasil no que se refere ao ambiente para negócios (127.ª posição de 141 países analisados), a educação superior (115.º lugar), condições de crédito e comércio (108.º lugar)”, alertou o estudo.

O levantamento ainda indica que o peso das importações no PIB brasileiro é o menor do mundo. Em 2010, as importações representavam apenas 12% do PIB, o menor índice entre 141 países avaliados. O Brasil também tem uma baixa taxa de pesquisas publicadas em revistas científicas em comparação a seu PIB. O Brasil tem uma produção menor que Fiji, Irã ou Zimbábue, levando em conta o tamanho das economias.

Exportação. Com apenas 14% de suas exportações com valor agregado de alta tecnologia, o Brasil ocupa a 49.ª posição entre os países com uma pauta de exportação mais avançada. Tunísia, Indonésia e Casaquistão estão em melhor posição. Outra constatação é de que empresas raramente contribuem com a inovação no Brasil, com menos de 5% das patentes registradas. Hoje, 24% das patentes são registradas por universidades.

Advogado que moveu ação alega que Código de Defesa do Consumidor protege direito costumeiro do consumidor de receber a sacola. A Associação Paulista de Supermercados informa que vai recorrer.

Depois de algum tempo de proibição, a Justiça de São Paulo mandou que os supermercados voltem a distribuir sacolinhas plásticas aos clientes.

Depois de banidas, as sacolinhas plásticas estão meio escondidas em alguns supermercados, mas de volta para a alegria de uns.

“Acho que é uma boa porque, enfim, nós pagamos tudo”, aprova uma mulher.

“Fica melhor para carregar”, diz uma menina.

Para a tristeza de outros.

“Quanto mais plástico na rua, pior vai ser”, critica um homem.

E confusão de muitos.

“Achei meio esquisito, porque vai e volta e tira e põem”, aponta um homem.

“A gente carrega a sacola, depois chega no mercado tem sacola de novo, depois torna a sair”, alega uma senhora.

O consumidor tem mesmo razão para estar confuso. O fim das sacolinhas plásticas começou a ser traçado em um acordo entre o governo do Estado e supermercados em maio de 2011, mas o que veio depois foi polêmica, falta de informação, brigas na Justiça e um vai e vem das sacolinhas que ninguém sabe como vai terminar.

Extintas em janeiro, as sacolinhas acabaram voltando por decisão do Ministério Público, que pediu um tempo maior para que os consumidores se acostumassem sem elas. Em abril, as sacolinhas foram abolidas e voltaram agora por força de uma decisão judicial. Quem moveu a ação foi o advogado Arthur Rolo, que representa a Associação SOS Consumidor.

“Há 40 anos o consumidor vai ao supermercado e encontra as sacolas e ele não precisa pagar nada mais por elas porque o preço já esta embutido nos produtos. O Código de Defesa do Consumidor protege o direito costumeiro do consumidor de receber essa sacola plástica”, defende ele.

A Associação Paulista de Supermercados (Apas) informa que vai recorrer para que as sacolas sejam novamente banidas. Talvez só as altas esferas da Justiça possam pôr fim a confusão.

Fonte: Globo

As prévias operacionais que serão divulgadas pelas incorporadoras de capital aberto, a partir da próxima semana, deverão trazer lançamentos, no segundo trimestre, abaixo da expectativa da maioria das empresas, na avaliação do mercado. No primeiro trimestre, boa parte das incorporadoras privilegiou a venda de estoques a lançamentos. A consequência da combinação dos dois trimestres será a concentração, ainda maior do que já ocorre, de projetos lançados no segundo semestre.

Há quem comente que isso poderá resultar em nova rodada de revisão de metas do Valor Geral de Vendas (VGV) a ser lançado, em 2012, ou na divulgação, por parte de algumas empresas, de que os lançamentos ficarão abaixo da projeção para o ano.

A principal razão para que os lançamentos ficassem abaixo do esperado, no trimestre, foi a demora na obtenção de licenças dos projetos acima da média, com destaque para a cidade de São Paulo, maior mercado imobiliário do país. A EZTec, por exemplo, sentiu mais morosidade nas aprovações de projetos pela Prefeitura de São Paulo de maio ao meio de junho. “Depois, o ritmo de aprovações voltou ao normal”, conta o diretor financeiro e de Relações com Investidores da EZTec, Emílio Fugazza, sem revelar se a fase mais lenta chegou a comprometer lançamentos previstos para o trimestre.

Prefeitura de São Paulo nega que prazos para a liberação de licenças tenha aumentado com a saída de Aref

No mercado, comenta-se que os prazos de aprovação se estenderam após a saída da Prefeitura de São Paulo de Hussain Aref Saab, ex-diretor do Departamento de Aprovação de Edificações (Aprov). Procurada pelo Valor, a Prefeitura de São Paulo informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que “não procede a informação de que as aprovações no departamento Aprov estariam mais lentas após a saída de Aref” e que os processos estão em ritmo normal. Foram aprovados 1,071 mil projetos, de janeiro a maio, numa média de 200 aprovações mensais.

Para a Brasil Brokers, que divide com a Lopes o posto de maior imobiliária do país, o estado de São Paulo responde por 55% das operações, ficando a capital com a maior fatia. Segundo o diretor-presidente da Brasil Brokers, um cliente de capital aberto tinha oito lançamentos previstos para a cidade, em junho, mas não conseguirá realizá-los até o fim do mês.

Conforme Freire, os lançamentos das incorporadoras de capital aberto ficaram abaixo das expectativas das empresas, mas acima do primeiro trimestre. O executivo estima que as vendas das companhias abertas tenham ficado, praticamente, em linha com as do segundo trimestre de 2011, devido à comercialização de estoques. Do total de vendas contratadas da Brasil Brokers, as empresas listadas em bolsa detêm fatia de 41%, e as de capital fechado, 59%. A parcela das abertas chegou a ser de 75%.

Na concorrente Lopes, a participação das incorporadoras fechadas no Valor Geral de Vendas (VGV) lançado cresceu de 62%, no ano passado, para 70%, no período de janeiro a maio de 2012. O levantamento da Lopes inclui lançamentos residenciais verticais, conjuntos comerciais e flat/hotéis nos principais mercados brasileiros.

A demanda por imóveis continua existindo, mas a tomada de decisão de compra está mais lenta. “Boa parte das empresas terá lançado e vendido menos do que esperava no segundo trimestre”, diz o analista do setor imobiliário da Banif Corretora, Flávio Conde. Uma das razões são as altas de preços registradas nos últimos anos, que culminaram no patamar atual. Os potenciais compradores deixaram de se sentir pressionados para fazer, rapidamente, a aquisição de um imóvel para evitar risco de aumento dos preços.

“O comprador está pesquisando mais. Há pessoas que visitaram um estande de vendas em fevereiro e fecharam a compra do imóvel em maio”, conta o diretor comercial da Direcional Engenharia, Guilherme Diamante. Focada em empreendimentos populares de grande porte, a incorporadora teve, no segundo trimestre, melhor desempenho em lançamentos e vendas do que no primeiro trimestre, conforme esperava. Considerando o desempenho esperado para os últimos dias do mês, a tendência é que os números superem também os do segundo trimestre do ano passado, de acordo com Diamante. A Direcional espera lançar seu primeiro projeto na capital paulista no terceiro trimestre.

A Trisul lançou o que estava previsto para o trimestre, mas teve vendas de lançamentos um pouco abaixo do que esperava. As vendas totais ficaram em linha com as do primeiro trimestre. Em relação ao segundo trimestre de 2011, foram menores, mas “proporcionais ao volume lançado”, conforme o presidente da companhia, Jorge Cury Neto. As aprovações dos projetos da Trisul têm ocorrido nos prazos previstos. De acordo com Cury, o segundo trimestre deve representar dois terços dos lançamentos do ano e 60% das vendas estimadas. Previsões e metas estão mantidas.

Segundo Conde, do Banif, a piora da crise financeira internacional e a alta do dólar contribuem para o adiamento da decisão de compra de um imóvel. Isso ocorre, principalmente, no caso da parcela da população que não paga aluguel, mas pretende trocar o imóvel em que mora por uma unidade de três ou quatro dormitórios.

Outro analista setorial afirma que as incorporadoras têm sinalizado que as vendas “não estão muito boas”, e a velocidade de comercialização está “fraca”. Já Fugazza, da EZTec, conta que 50% do que foi lançado, neste ano, foi vendido e que a incorporadora não está sentindo diferença nesse quesito em relação ao ano passado.

Chiara Quintão

Fonte: Valor online

Fonte: O Globo

Coppe monitora três construções por um ano e consegue precisar nível de redução.

Os benefícios do telhado verde todo mundo já conhece: absorção da água da chuva (uma vantagem até em momentos de grandes enchentes, como as que assolam o Rio de tempos em tempos) e redução da temperatura interna dos imóveis. O que até agora era difícil responder com precisão era em quanto implicaria essa redução.

Pois pesquisadores do Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais (IVIG), um laboratório ligado à Coppe/UFRJ, passaram um ano monitorando três diferentes construções e chegaram a uma conclusão: a redução pode chegar a até cinco graus de temperatura. O resultado surpreendeu até os pesquisadores, que não esperavam uma diferença tão grande.

As construções – de 25 metros quadrados cada uma delas – foram erguidas próximas à sede do laboratório no campus do Fundão, obedecendo às mesmas orientações geográficas de sol e direção do

vento, para que tivessem condições ambientais semelhantes. A diferença ficou por conta dos materiais de cada uma das obras.

Na primeira, foi usado tijolo concreto, e a casa recebeu laje de concreto. Na segunda, a laje também era de concreto, mas o tijolo usado foi do tipo solo-cimento, que não precisa ser queimado e por isso emite menos carbono que os tijolos convencionais. Na terceira, a estrutura foi feita com tijolos convencionais, mas sobre a laje de concreto foi plantada uma cobertura verde. Em todas, foram instalados confortímetros, um tipo de aparelho que mede as condições internas de temperatura, umidade, pressão e vento. – Monitoramos os três espaços durante 365 dias para saber como cada um se comportava ao longo das quatro estações do ano. Percebemos que na casa com o telhado verde, nos momentos de maior calor no verão, a temperatura ficou entre quatro e cinco graus mais baixa que nas outras – diz o professor Marcos de Freitas, coordenador do IVIG. – À noite, esta construção era a que perdia calor mais rapidamente.

Numa cidade como o Rio de Janeiro, em que apenas em 27% do ano (geralmente no inverno), as temperaturas podem ser consideradas agradáveis – em torno dos 24 graus, segundo pesquisas bibliográficas feitas pelos pesquisadores do IVIG -, o maior uso de telhados verdes poderia ajudar a diminuir as ilhas de calor, melhorando o conforto e a temperatura da cidade, principalmente em bairros mais horizontais. Mas, lembra o professor Freitas, a eficiência das coberturas verdes é maior em construções horizontais. Nos prédios, o resultado seria mais facilmente percebido apenas nos dois ou três andares próximos ao telhado. – Mas os resultados poderiam ser muito bons em shoppings horizontais, por exemplo. Não fizemos pesquisas específicas, mas no geral, de 50% a 60% da energia gasta por um grande mall abastecem o sistema de refrigeração, que também usa grande quantidade de água. Um telhado verde com sistema de captação de água da chuva ajudaria a reduzir o gasto de água da Cedae e ainda diminuiria a temperatura interna, reduzindo a necessidade da refrigeração. Ou seja, o ganho tanto em energia como em água seria bem grande – diz Freitas.

Fonte: O Globo, edição impressa de 17/06/2012