News

Por Fernando Torres e Chiara Quintão | De São Paulo

Além de estourarem os orçamentos e apresentarem margens em queda, as incorporadoras imobiliárias se deparam com outro problema que ainda não se refletiu em seus balanços: entre 2010 e 2011, mais que dobrou o valor das ações judiciais cíveis contra elas. Boa parte dos processos é relacionada à cobrança de multas por atraso na entrega das obras.

Em um grupo de 15 empresas de capital aberto analisadas pelo Valor, o montante das contingências cíveis fora do balanço saltou de R$ 364 milhões para R$ 757 milhões, com alta de 107% em um ano. Como as empresas dizem que a chance de perda nesses processos é apenas “possível”, e não “provável”, esses valores não foram registrados como despesa com provisão no balanço – aparecem apenas nas notas explicativas.

Isso significa que, se o diagnóstico das companhias estiver errado e o risco de perda das disputas na Justiça se tornar provável, elas terão de registrar despesas milionárias em suas demonstrações de resultados. Do total de processos cíveis tratados como de perda possível ao fim de 2011, 85% se referem a cinco incorporadoras: Gafisa, PDG, Viver, Cyrela e Even. As quatro últimas citam os atrasos em obras entre as principais razões para justificar os valores. Outros casos em disputa envolvem índices de correção das parcelas, rescisão de contratos com devolução de valores e vícios de construção.

A Gafisa, que tem o maior montante em contingências cíveis sem provisão no balanço, de R$ 346 milhões, não descreve a origem das causas e, procurada, preferiu não se manifestar.

Com as ações judiciais e multas por atrasos se avolumando nos tribunais, o Secovi (sindicato que representa as construtoras de São Paulo) assinou, no fim de setembro, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com Ministério Público para criar regras para os casos de atraso de entrega de obras além dos 180 dias de tolerância de praxe. Ficou acertado que os contratos assinados a partir de 120 dias da assinatura do TAC passam a incluir dois tipos de multa: 2% sobre o valor pago até então pelo comprador, uma única vez, e mais 0,5% incidente sobre a mesma base, a cada mês de atraso. Mas o TAC não resolve os contratos antigos. Muitos não preveem multas, embora exista prazo para conclusão da obra.

Fonte: Valor Online

Apesar da alta no último mês, Abramat diz que resultado do primeiro trimestre é insatisfatório

Aline Rocha

A Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) divulgou o índice de vendas deflacionadas da indústria para o primeiro trimestre de 2012. O resultado é positivo: houve um crescimento de 3,3% em relação ao mesmo período do ano passado.

Para a entidade, no entanto, os números continuam abaixo da expectativa. A Abramat espera que o faturamento da indústria de materiais ainda aumente 5% este ano. A expectativa se deve à previsão de aceleração dos programas do governo, como o PAC e Minha Casa Minha Vida, além do aumento do crédito imobiliário.

Ainda de acordo com o estudo, o faturamento deflacionado das vendas dos materiais de acabamento teve crescimento de 17,2% em março deste ano, se comparado a março do ano passado. O resultado acumulado do primeiro trimestre apresentou 6,3% de crescimento.

Já a venda de materiais de construção no último mês cresceu 7% em relação ao mesmo período de 2011. A entidade ressalta que deve se levar em conta que março teve menos dias úteis por conta do carnaval. O número de funcionários da indústria de materiais também apresentou crescimento: 4,8% em relação a março de 2011.

Fonte: PiniWeb

A indústria global dos veículos eléctricos acabou de receber uma excelente notícia – e que pode levar à dinamização radical do sector. O Governo chinês quer ter 5 milhões de carros eléctricos a circular nas ruas do País, em 2020, e por isso está a dar incentivos à compra destes veículos, por parte da população chinesa, e a subsidiar a inovação da tecnologia eléctrica.

As medidas, anunciadas esta semana pelo primeiro-ministro Wen Jiabao, pressupõem ainda a produção e venda de 500 mil eléctricos, já em 2015, e a exportação para todo o País do sistema de carregamento eléctrico. Há ainda planos para baixar o consumo médio de combustível de um carro não-eléctrico para 6.9 litros/100 quilómetros, em 2015, e para os 5 litros/100 quilómetros, em 2020.

O plano inclui ainda subsídios individuais pela compra de veículos eléctricos – a exemplo de Portugal até há bem pouco tempo -, o lançamento de um programa de reciclagem de baterias eléctricas e o desenvolvimento de programas-piloto para incentivar a compra de carros eléctricos.

“A ambição da China é revolucionar a sua indústria automóvel, através da substituição dos tradicionais motores de combustão interna com os veículos eléctricos e a tecnologia limpa. Para atingir estes objectivos, as cidades chinesas terão de transformar as suas infra-estruturas urbanas e sistema de gestão”, explicou Changhua Wu, director do The Climate Group na China.

“Ao trazer 5 milhões de veículos mais ecológicos para a estrada em 2020, a China vai estabelecer uma sólida fundação para uma transformação de muito maior escala, nas próximas décadas, quando [o País] reduzir drasticamente a sua dependência dos combustíveis fósseis e melhorar a segurança energética”, continuou.

A China é o maior mercado automóvel desde 2009, quando vendeu 13,6 milhões de veículos.

Fonte: Greensavers

Edital de chamamento para as empresas foi publicado. Modelo poderá ser replicado no litoral paulista

O Governo do Estado de São Paulo anunciou a construção de 10 mil unidades habitacionais na região central da capital por meio de parceria público-privada. As habitações serão construídas ou reformadas na Sé, República, Santa Cecília, Bom Retiro, Pari, Brás, Belém, Mooca, Cambuci, Liberdade, Bela Vista e Consolação.

O edital de chamamento para as empresas privadas foi publicado hoje (17). Os interessados têm agora 30 dias para efetuar o cadastro inicial através da ficha presente no edital e 120 dias para entregar os estudos técnicos desenvolvidos, que incluem duas vias físicas e duas vias eletrônicas. Todos estes documentos devem ser endereçados ao Secretário Executivo do Conselho Gestor do Programa Estadual de Parcerias Público-Privadas.

As obras aprovadas serão executadas a partir de 2013. Além da oferta de novas moradias ou reformas de prédios já existentes, os projetos também devem conter soluções para melhoria da mobilidade da população, aprimoramento da infraestrutura local e ampliação do comércio da região. As famílias escolhidas deverão ter renda mensal de até 10 salários mínimos, com 90% das moradias sendo destinadas a famílias com renda de até cinco anos. Além disso, o atendimento é dirigido para pessoas que trabalhem na região central e não possuam imóveis em qualquer lugar do país.

Esta iniciativa pode ser replicada para outras regiões do estado de São Paulo, como prevê o edital. Outras 40 mil moradias devem ser construídas no litoral paulista com o objetivo de retirar famílias de áreas de risco.

Fonte: PiniWeb

Tendências dos negócios para os próximos meses foi o quesito que apresentou melhor índice de otimismo, segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas

O Índice de Confiança da Construção (ICST) para o mês de março apresentou leve evolução em relação ao mesmo período do último ano: passou de -8,4% para -6,6%. Segundo pesquisa elaborada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, apesar de a diferença ser pequena, este é o melhor resultado do trimestre, o que confirma a recuperação do setor.

O Indicador Trimestral do ICST caiu aproximadamente 10 pontos, ficando agora com 129,9 pontos. O Índice da Situação Atual (ISA-CST) foi de -11,1% em fevereiro deste ano para -9,3% em março. Já o índice de Expectativas (IE-CST) de -5,9% foi para -4,2%.

O quesito que apresentou melhor aumento foi o de tendência dos negócios nos próximos meses, passando de -6% em 2011 para -3,7% este ano. Analisando cada grupo separadamente, os que se destacaram no trimestre – comparando diretamente fevereiro e março de 2012 – foram: construção de edifícios e obras de engenharia (-9% a -6,6%) e aluguel de equipamentos de construção e demolição (de -15,7% a -6,2%).

Dois grupos tiveram desempenho negativo: preparação de terreno (de 0,1% a -0,9%) e obras de infraestrutura para engenharia elétrica e telecomunicações (de -9,4% a -12,7%).

Fonte: PiniWeb

Por Francine De Lorenzo e Carlos Giffoni | Valor

SÃO PAULO – A secretária do desenvolvimento da produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Heloísa Menezes, afirmou nesta terça-feira, durante evento do setor de autopeças e equipamentos em São Paulo, que o novo regime automotivo vai aumentar o nível de investimentos e de pesquisa e que o Programa de Sustentação do Investimento (PSI), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), vai propiciar o desenvolvimento de produtos que não existem no país.

“O PSI criou uma linha muito importante de médio prazo voltada para projetos transformadores nessa cadeia, que financiará o desenvolvimento de produtos que ainda não existem no país. A indústria de autopeças requer medidas atrativas para que substitua importações e seja mais inovadora”, afirmou. A secretária se referia ao PSI Projetos Transformadores, que faz parte do pacote de medidas anunciado na semana passada pelo governo para estimular a produção nacional. O projeto se destina à melhoria de capacidade tecnológica de setores com mão de obra intensiva.

Em outra linha, a que estimula a produção de caminhões e ônibus, ela ressaltou que a taxa de juros do PSI (de 10% ao ano, para 7,7%) para o setor caiu e o prazo de financiamento aumentou de 96 meses para 120 meses. “A alteração de condições, prazos e carências com limite de financiamento terão impacto direto no setor de autopeças”, afirmou. “O Revitaliza também traz condições financeiras importantes, que têm objetivo de elevar a competitividade da cadeia automotiva, aumentar investimentos em inovação, pesquisa, focalizadas nos fornecedores da cadeia de autopeças com rebatimento na indústria automotiva.”

(Francine De Lorenzo e Carlos Giffoni | Valor)

Fonte: Valor