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SÃO PAULO – O setor de autopeças brasileiro dará conta do aumento da demanda gerado pelo novo regime automotivo anunciado pelo governo, que vai vigorar de 2013 a 2017. A avaliação é de Paulo Butori, presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Autopeças (Sindipeças). Em um evento automotivo realizado em São Paulo nesta segunda-feira, Butori disse que a indústria de autopeças nacional tem hoje de 35% a 40% de sua capacidade ociosa, devido à forte entrada de produtos importados no mercado. Entre os segmentos com maior ociosidade, Butori citou a metalurgia, os não ferrosos e usinagem.

O presidente do Sindipeças lamentou, no entanto, que os resultados positivos só possam ser vistos a partir do ano que vem. “Aqueles que sobreviverem até o ano que vem terão um 2013 um pouco melhor”, afirma.
As medidas de desoneração da folha de pagamentos das empresas, também anunciadas pelo governo federal, foram bem recebidas pelo setor, mas ainda vistas como paliativas. Paulo Butori acredita que, neste ano, o déficit comercial do setor de autopeças ainda vai crescer e chegar à marca de US$ 5,6 bilhões, frente aos US$ 4,5 bilhões registrados em 2011. Butori ressaltou que o Sindipeças ainda aguarda a regulamentação detalhada do novo regime automotivo. Em linhas gerais, o sindicato aprovou o programa, mas ainda espera para comemorar. “O perigo está nos detalhes, no passado houve situações em que aquilo que foi divulgado não foi aquilo que foi escrito”.

O programa anunciado no dia 3 pelo ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, vai proporcionar uma fase de transição para que as montadoras que estão chegando ao mercado brasileiro possam se adaptar às exigências de nacionalização. Assim como a realização de etapas fabris no Brasil, cotas de inovação e programa de etiquetagem de eficiência energética, as compras de autopeças regionais (adquiridas no Brasil ou demais países do Mercosul) poderão se converter em créditos para abater o aumento de 30 pontos percentuais no IPI.

Paulo Butori disse que o Sindipeças teve conversas preliminares com as chinesas Chery e Jac Motors, que estão construindo fábricas no país. Butori prevê que as montadoras irão aderir ao programa e que a produção delas terá um bom índice de nacionalização, mas disse que as conversas ainda são iniciais porque as empresas também aguardam o detalhamento das novas regras. “Os asiáticos normalmente demoram pra decidir, depois que decidem são rápidos”, disse.
A proporção de peças regionais usadas hoje na produção de veículos no Brasil está, em média, na faixa de 40%, segundo o presidente do Sindipeças. Paulo Butori acredita que, com o novo regime automotivo, esse número possa ultrapassar os 50% até 2017. A perspectiva positiva se baseia também nas conversas com o governo sobre uma política de estímulo industrial específica para o setor de autopeças, esperada para os próximos meses. Paulo Butori afirma que é importante que o setor use o bom momento dos próximos anos para investir em inovação.

“Nós precisamos usar esses recursos para fomentar a modernização do parque industrial, melhorar o nosso capital de giro e, com isso, crescer e fazer frente ao mercado internacional”, disse.
(Ana Fernandes | Valor)

Fonte: Valor

Levantamento feito pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) mostra que o setor ganhou 37% em eficiência energética nos últimos dez anos. Em 2001, o consumo total de energia era de 2,56 Gcal/tonelada de produto. No ano passado, esse número caiu para 1,61. “O consumo de energia [térmica e elétrica] recuou significantemente nesse período”, disse Nícia Mourão, gerente de assuntos regulatórios e meio ambiente da Abiquim.

A Abiquim levantou esses dados junto a 151 associadas, que respondem por 95% da produção nacional. Esse indicador faz parte do Programa de Atuação Responsável, com o objetivo de buscar a melhoria continua em relação à saúde, segurança e meio ambiente.

O consumo de gás natural como combustível recuou de 57,5 quilos por toneladas de produto para 42,7 no mesmo período. O indicador de óleo combustível e carvão caiu de 52,5 quilos por tonelada de produto para 17,8. Já o índice de consumo de combustíveis renováveis ficou subiu de 1,9 quilos por tonelada de produto para 6,25 em dez anos. “Houve otimização da produção das indústrias químicas. Além disso, uma substituição de produtos de origens fósseis por renováveis, como etanol e resíduos [madeira]”, disse. Em dez anos, a água consumida em processos e produtos baixou de 4,86 m3 por tonelada de produto para 3,69.

Fonte: Valor Online

Inspirada num modelo nova-iorquino, São Paulo está abrindo uma nova frente na batalha para prover habitação adequada aos seus milhões de residentes que moram mal: moradia popular de aluguel.

Depois de consultar autoridades e executivos do setor residencial de Nova York, a prefeitura de São Paulo está se preparando para licitar a construção de um prédio de 600 apartamentos na Barra Funda em que 25% das unidades serão alugadas para famílias de baixa renda, enquanto as demais serão vendidas para faixas de renda mais alta.

O modelo é uma variação de uma experiência iniciada em Nova York nos anos 80, quando a cidade também tentava reduzir seu déficit habitacional. Conhecido como 80/20, o sistema geralmente implica um incentivo fiscal para o incorporador erguer um edifício de apartamentos para aluguel, contanto que 20% das unidades sejam alugadas para famílias com renda abaixo da média da cidade. Os outros 80% podem ser alugados a preços de mercado.

Críticos dizem que o sistema nova-iorquino alivia muito pouco as necessidades da cidade e que subsídios acabam beneficiando mais as construtoras do que quem precisa de moradia, entre outros problemas.

Mesmo assim, milhares de edifícios, vários deles bem elegantes, já foram construídos em Nova York pelo sistema 80/20, embora nem sempre a divisão seja exatamente 80% e 20%. O sistema tem sido “extremamente bem-sucedido”, diz o secretário municipal de Habitação de Nova York, Marc Jahr, um dos especialistas que esteve em São Paulo e discutiu o 80/20 com autoridades e empresários paulistanos.

O projeto paulistano também não segue à risca os padrões de Nova York, que foi adaptado para os trópicos.

“São Paulo precisa de uma ampla variedade de habitações para uma ampla variedade de necessidades”, disse Jonathan Rose, um empresário de Nova York especializado em projetos imobiliários sustentáveis e que também esteve envolvido nas conversas com autoridades paulistanas. Ele acha que o projeto da Barra Funda vai ser importante para começar a atender uma crescente demanda por parte de pessoas que não estão na faixa de renda mais baixa.

A Secretaria Municipal de Habitação de São Paulo aceitou um projeto da Brookfield Incorporações, a divisão local da canadense Brookfield Asset Management Inc., pelo qual o prédio de 600 apartamentos perto do metrô Barra Funda, num terreno de 9.500 metros quadrados cedido pela prefeitura na rua Cônego Vicente Marino, esquina com Rua Cruzeiro. A expectativa é que a licitação seja aberta nos próximos meses e que as obras comecem no fim do ano ou início de 2013.

Em troca do terreno, a incorporadora que vencer a licitação dará 150 unidades para a Prefeitura alugar. A empresa, por sua vez, poderá vender 150 unidades para famílias com renda até seis salários mínimos e os 300 restantes para lares com até 16 mínimos de renda mensal. O aluguel, segundo a SMH, será de no máximo 25% da renda do inquilino, e não mais de 30% quando incluídas despesas com água, energia e condomínio.

“É um passinho para um novo modelo”, disse José Albuquerque, diretor de incorporação da Brookfield. Ele acredita que o projeto pode despertar mais interesse por unidades habitacionais de aluguel.

Para o projeto da Barra Funda, qualquer incorporadora ainda pode entrar na licitação e levar o contrato. Mas a Brookfield, que concebeu a ideia, pode ter uma vantagem. “Ninguém conhece o projeto melhor do que nós”, disse Albuquerque.

Claro que ele ainda é pouco para resolver o déficit habitacional de São Paulo. Também é ver para crer se um programa que funciona em Nova York pode dar os mesmos resultados no Brasil.

Um dos possíveis obstáculos é que talvez a preferência por comprar em vez de alugar esteja enraizada demais entre os brasileiros. “As pessoas querem ser donas de sua casa porque não sabem se vão ter emprego”, um temor adquirido durante décadas de instabilidade econômica, disse a secretária nacional de Habitação, Inês Magalhães. Segundo ela, o governo federal — que coordena o bem-sucedido programa Minha Casa Minha Vida — não tem planos de oferecer unidades de aluguel.

Fernando Herrera, analista da americana Prudential Financial, que tem investimentos no setor imobiliário no Brasil, observa que, embora possa haver demanda por unidades de aluguel em São Paulo, ainda é mais difícil tirar um inquilino indesejado no Brasil. “É preciso reduzir o tempo de despejo”, disse ele.

Mesmo se o mercado de aluguel crescer, isso não resolveria o problema habitacional de São Paulo, que ainda requer gordos subsídios estatais. Mas Ricardo Leite, o secretário municipal de habitação da cidade, está otimista. “Nos séculos XVII e XVIII, havia muitas favelas e cortiços na Europa, onde hoje você tem as cidades mais bonitas”, disse ele.
Paulo Trevisani

Fonte: The Wall Street Journal

SÃO PAULO – Em reunião com representantes do governo paulista, do setor imobiliário e das construtoras, a CEF (Caixa Econômica Federal) informou que a partir desta quarta-feira (4) está pronta para receber e analisar os projetos do convênio do Minha Casa, Minha Vida em São Paulo.

O convênio, firmado este ano, entre a presidente Dilma Rousseff e o governador de São Paulo, Gerlado Alckmin, tem como objetivo estimular a construção de moradias do programa habitacional na capital e regiões metropolitanas do estado paulista.

A meta é construir 93 mil unidades até 2015 na faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida, que atende às famílias de menor renda (até R$ 1.600), sendo que 75% das unidades serão construídas na capital e região metropolitana; e 25% terão como destino outras regiões do estado, além de localidades indicadas pelo governo.

Regras
Segundo as regras do acordo, o governo de São Paulo vai aportar até R$ 20 mil no valor-limite de cada unidade habitacional, a ser construída no âmbito do programa habitacional do governo federal. O município e estado de São Paulo doarão terrenos para a construção de 13 mil moradias.

“O convênio vem ao encontro dos interesses dos governos federal e de São Paulo, ao permitir que o Programa Minha Casa, Minha Vida tenha grande efetividade na capital paulista, região metropolitana e outras localidades”, disse o diretor de habitação da Caixa, Teotonio Rezende.

Gladys Ferraz Magalhães

Fonte: InfoMoney

Pedro Kutney, AB

Em junho próximo uma comitiva de fornecedores deverá visitar a Chery Brasil e as obras da fábrica de Jacareí (SP), que começa a produzir em dezembro de 2013. No terreno de 1 milhão de metros quadrados, metade já está reservada para a instalação de fabricantes de autopeças, conforme revelou nesta terça-feira, 27, Kong Fan Long (foto), recém-nomeado presidente da operação brasileira da montadora chinesa. Segundo ele, a ideia é atrair o maior número possível de parceiros para atuar junto à unidade de produção no interior paulista.

Ao lado de Kong, o também recém-nomeado vice-presidente e diretor industrial da Chery Brasil, Wu Dejun, disse que a empresa já negocia com diversos fornecedores chineses, que virão visitar o Brasil no meio deste ano para pesquisar o mercado e decidir se acompanham o empreendimento aqui. “Gostaríamos que começassem a produzir ao mesmo tempo que nós, mas pela nossa experiência sabemos que isso deve demorar um pouco mais”, informou Wu. “Vamos sugerir que se associem com fabricantes locais também”, acrescentou.

Sentado em uma sala de teleconferência em Wuhu, sede da Chery na China, Zhou Biren, presidente de operações internacionais da montadora, destacou que será essencial formar uma rede de suprimentos no Brasil: “Trabalhamos para atender as exigências de nacionalização mínima de 65% do governo brasileiro desde o início da operação. Isso implica em termos fornecedores locais ou trazer fabricantes de autopeças para o País”, afirmou. “Vale lembrar também que muitos dos nossos fornecedores na China são globais, como Bosch, Siemens, Magneti Marelli e Delphi. Não será problema para eles fornecer para a Chery no Brasil. Por isso vamos atingir os 65% logo de início.”

EQUAÇÃO CUSTO/NACIONALIZAÇÃO

Wu explicou que pretende estruturar a cadeia de suprimentos no País com base na equação de custos e índices mínimos de nacionalização. A prioridade será nacionalizar as partes que têm custo logístico mais alto e que tenham peso importante para aumentar o conteúdo local. Nesse sentido, alguns fornecedores nacionais podem oferecer vantagens competitivas.

Da China, Biren fez sua intervenção: “O mais importante é atender os 65%. Em segundo lugar temos de baixar os custos logísticos. Vamos procurar também no mercado nacional, porque o Brasil já tem um parque completo de fornecedores. Já fizemos reuniões com o Sindipeças para incentivar negociações. O ideal seria comprar tudo no País das empresas mais próximas de Jacareí, por isso reservamos 500 mil metros quadrados na fábrica. E se precisarmos de mais espaço vamos pedir ao prefeito Hamilton Mota (que estava presente na coletiva com os jornalistas brasileiros e acenou positivamente com a cabeça após ouvir a tradução).”

Biren reforçou que as outras exigências do regime automotivo também serão atendidas pela Chery no Brasil, incluindo operações industriais e investimento em pesquisa e tecnologia: “Será uma fábrica completa, a primeira da Chery fora da China (as outras 13 mantidas em 12 países só fazem montagem em CKD). E depois que a unidade estiver pronta também vamos investir em um centro de desenvolvimento.”

O prefeito Hamilton Mota destacou que o município já firmou convênio com a Universidade do Estado de São Paulo (Unesp) para formação de pessoal especializado, e já estão em construção em Jacareí uma unidade do Senai e uma Escola Técnica Federal. “Também estamos preocupados em oferecer mão-de-obra qualificada para a Chery e seus fornecedores”, disse.

ETAPAS

O diretor industrial Wu informou que a operação começa no fim de 2013 com soldagem, pintura e montagem final. Cerca de um ano depois a estamparia de chapas também começa a ser feita em Jacareí.

O presidente Kong detalhou as etapas da construção da fábrica. A terraplanagem começou há pouco tempo e deve demorar quatro meses. As obras de fundação consumirão de cinco a seis meses e a edificação outros cinco a seis meses. Por fim, a instalação de maquinário e ajustes leva de oito a dez meses.

A primeira fase da fábrica, em 2014, consumirá US$ 200 milhões do total de US$ 400 milhões programados para o empreendimento. A unidade começa a produzir um só modelo em um turno de trabalho, ao ritmo de 50 mil unidades/ano. Na segunda fase, cerca de um ano depois, entra em produção um segundo carro e a linha acelera para 100 mil/ano em dois turnos. Na sequência, deve chegar mais um modelo e, em três turnos, a capacidade sobe para 150 mil veículos por ano.

“Vamos aumentar a produção conforme a necessidade, mas antes precisaremos saber como os brasileiros aceitarão os carros da Chery feitos aqui”, ressalvou Kong. “Também poderemos até elevar o índice de nacionalização acima dos 65%, mas isso vai depender do mercado brasileiro e seus custos”, finalizou.

Fonte: Automotive Business

Obras de infraestrutura e habitação impulsionaram alta de 1% no mês

Pesquisa mensal realizada pelo Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), registrou a contratação de 32.285 trabalhadores com carteira assinada na construção civil, elevando o nível de empregos formais em 1% no mês de fevereiro em comparação a janeiro. No ano, o número de profissionais contratados subiu 2,62%, com o registro de 83.162 trabalhadores. No acumulado de 12 meses foram empregados 213.280 novos profissionais (7,01%).

Segundo o presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, “esta recuperação já era esperada em função do grande volume de obras que o setor deverá ter em 2012, tanto na área de habitação como na de infraestrutura”. Para o vice-presidente de Economia, Eduardo Zaidan, “o dado de fevereiro mostra que o período de queda sazonal na atividade da construção acabou”.

Com as novas contratações, a construção brasileira empregou um total de 3,257 milhões de trabalhadores com carteira em fevereiro. A pesquisa mostra, ainda, que o nível de emprego na construção civil cresceu mais nas regiões Norte e Centro-Oeste, ambas com aumento de 1,40%, seguidas pela Sudeste (1,28%), Sul (0,72%) e Nordeste (0,29%).

No mês, foram mais 5.553 novos trabalhadores com carteira assinada só no Estado de São Paulo (0,67%). Até fevereiro, as construtoras paulistas já somavam 816.305 empregados com carteira assinada. Todas as regiões tiveram alta no número de contratações, com destaque para a região de Campinas, que subiu 1,59%.

Fonte: PINI Web