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Por Rosangela Capozoli | Para o Valor, de São Paulo

O consumidor que, na hora da compra, observa a data de validade e a composição do produto terá um novo indicador para influenciar sua escolha. Trata-se do certificado ISO 14046, que, estampado no rótulo, garantirá que o fabricante adota padrões razoáveis de economia no consumo de água, agregando valor ao negócio. O nível de consumo é observado em toda cadeia produtiva – da extração de matéria-prima até o uso final pelo consumidor. Na fabricação de um quilo de café torrado, por exemplo, são consumidos 21 mil litros de água.

O selo da norma ISO também identifica se o produto obedeceu aos padrões de qualificar os processos de reutilização de águas industriais. A criação desse certificado, que será obrigatório a partir de 2013 e 2014, segue a tendência mundial de promover a forma mais racional possível de utilizar os recursos hídricos. Para esse método de gestão que mede a utilização de água nas atividades humanas e na produção de bens e serviços criou-se o termo “pegada hídrica”.

Segundo o professor Eduardo Mario Mediondo, do departamento de Hidráulica e Saneamento da USP São Carlos, a “pegada hídrica” do Brasil está próxima do valor médio global. “Aqui, o consumo anual é de 1.340 m3 por pessoa, enquanto o a média de consumo mundial é de 1.350 m3 “, afirma. As projeções mundiais, no entanto, apontam que nos próximos 20 anos o volume per capita deverá crescer entre 10% e 20%, acompanhando o incremento da demanda por bens de consumo e serviços. À medida que o Produto Interno Bruto dos países cresce, há aumento de renda e com isso eleva-se o consumo de água.

“No atual ritmo de crescimento, em 2050 haverá uma escassez gravíssima, mesmo nas regiões onde hoje a água é abundante”, completa. O professor da USP defende que programas de incentivos direcionados ao uso racional da água cresça na mesma proporção. “Caso contrário, teremos uma sociedade insustentável no quesito pegada hídrica”, explica.

O conceito começa a ser trabalhado por empresas, inclusive do Brasil, conscientes das ameaças que a falta de água significará para o planeta. O cálculo do consumo ajuda as empresas a controlar melhor seus gastos e fazer análises sociais, econômicas e ambientais de seus negócios. “Hoje se percebe avanços significativos no setor industrial na questão de reúso de água, redução de vazamento, promoção de eficiência no sistema, mas ainda limitados aos muros da fábrica”, acrescenta Samuel Barreto, biólogo e coordenador do Programa Água para a Vida da WWF-Brasil. Para o biólogo, o principal objetivo é o avanço na metodologia de olhar para o recurso água no seu ciclo. “Hoje o foco da pegada hídrica não está voltado apenas para a água azul – aquela dos rios e lagos –, mas também engloba a água da chuva, fato que não era considerado nas gestões anteriormente”, diz.

A Gerdau, líder na produção de aços longos nas Américas e uma das maiores fornecedoras de aços longos especiais no mundo, possui atualmente um índice médio de recirculação de água superior a 97% em suas usinas produtoras de aço em todos os países onde atua. “Em 2011, a empresa tratou e reutilizou cerca de 2 bilhões de metros cúbicos. Em média, a Gerdau utiliza 3,8 metros cúbicos de água por tonelada de aço produzido e praticamente reaproveita todo recurso hídrico no seu processo industrial, segundo números fornecidos pela siderúrgica.

De acordo com a empresa, um projeto de balanço hídrico, iniciado em 2010, prevê a redução de 10% do volume de água captado para a produção do aço em suas plantas industriais. O estudo envolve mais de 50 especialistas de meio ambiente em todo o mundo e deverá ser concluído até 2015. A intenção da siderúrgica é antecipar-se ao lançamento do “ISO Water Footprint”, uma nova certificação que será lançada no mercado com o intuito de qualificar os processos de reutilização de águas industriais.

Barreto, da WWF, compara a função da pegada hídrica a um exame de sangue. “O resultado não cura a doença, mas aponta o que se deve fazer caso haja um problema”, explica. Apesar de o Brasil ser o país mais rico do mundo em água, a distribuição não é uniforme em todo território. A maior parte da água (70%) está na Amazônia, onde vive 20% da população brasileira. “As regiões Sul, Sudeste e Nordeste, por sua vez, embora concentrem mais de 120 milhões de brasileiros, possui apenas 15% da água”, diz. Há várias regiões metropolitanas enfrentando problemas críticos de água ou cenários preocupantes com relação a disponibilidade do recurso”, diz o biólogo da WWF.

Na região metropolitana de São Paulo, por exemplo, a produção de água é praticamente do tamanho da demanda. “É um sistema de alto risco, pois não há folga, além do que a região depende de água de outra bacia hidrográfica, já que 50% do volume consumido é proveniente da Bacia do Piracicaba”, resume.

Para o biólogo, como se trata de um bem público, o recurso deveria ser gerenciado por uma agenda compartilhada entre governo, empresas e sociedade. De acordo com Barreto, a Agência Nacional de Águas (ANA) tem mostrado interesse em desenvolver políticas públicas.

Tanto o professor da USP como o coordenador do Programa Água para a Vida concordam que o Brasil tem uma das legislações e políticas das mais avançadas em termos de gestão de recursos hídricos do mundo. O Brasil é um dos poucos países que tem Plano Nacional de Recursos Hídricos. “Isso é muito importante porque ajuda a estabelecer critérios para promover a gestão de recursos hídricos e governança da água, mas deve haver aprimoramento. A questão da pegada hídrica é uma delas”, diz o biólogo. Mediondo cita o Programa Produtor de Água fomentado pela ANA e o Programa Mina de Água ministrado pelo Governo do Estado de São Paulo como bons exemplos para se aperfeiçoar os métodos de gestão.

Fonte: Valor online

Grandes cidades nordestinas como Salvador, Fortaleza ou Natal não passaram por um bom imobiliário tão intenso quanto São Paulo e Rio de Janeiro.

São Paulo – As regiões Norte e Nordeste concentraram o crescimento da renda na década passada. Segundo o último censo demográfico do IBGE, são das duas regiões os cinco estados em que a renda mais cresceu entre 2000 e 2010: Tocantins (50%), Maranhão (46%), Piauí (42%), Sergipe (41%) e Paraíba (37%). A expansão dos rendimentos permitiu que o consumo crescesse a um ritmo chinês no Nordeste. Já em São Paulo, o crescimento da renda, de 3%, foi o menor do Brasil.

É de se estranhar, portanto, que a maior metrópole do país tenha sido o principal palco, junto com o Rio de Janeiro, do boom imobiliário dos últimos anos. Desde 2008, os preços subiram 129,5% e 162,1% em São Paulo e no Rio de Janeiro, respectivamente, segundo o índice FipeZAP, principal parâmetro do valor das residências no país.

O índice FipeZAP só passou a incluir dados de cidades de Nordeste a partir de 2010. A tabela abaixo mostra que, considerando esse período, a valorização média nas duas maiores metrópoles brasileiras foi bem maior que nas capitais nordestinas:
Cidade Valorização imobiliária desde agosto de 2010
Rio de Janeiro 56,70%
São Paulo 41,30%
Recife 48,70%
Fortaleza 22%
Salvador 12,90%
Fonte: Índice FipeZAP

Para entender por que os preços no Nordeste ficaram para trás mesmo com o maior crescimento da renda, EXAME.com conversou com Silvio Bezerra e Marcelo Freitas, presidente e diretor-financeiro da Ecocil, a maior incorporadora do Rio Grande do Norte. Abaixo eles explicam o que movimentou o mercado imobiliário nordestino nos últimos anos:

Os imóveis no Nordeste subiram bem menos que em São Paulo ou no Rio de Janeiro. A diferença é a menor especulação. As cidades são bem menos adensadas. Ainda que os preços dos terrenos já não sejam baixos, há mais opções de locais para construir.

Outro problema foi que o mercado de segunda residência também caiu muito. Havia no Nordeste uma grande demanda de estrangeiros, principalmente de europeus. Com a crise, eles estão com menos dinheiro. Havia vários voos charter diretos da Europa para Natal. Agora eles acabaram. Em outras cidades nordestinas, a oferta de voos também diminuiu.

A grande exceção é Recife, onde o mercado imobiliário está em ótima fase. Com os investimentos que foram feitos no porto de Suape e no entorno, Pernambuco teve um grande desenvolvimento. Grandes empresas como a Fiat estão fazendo pesados investimentos no estado. Recife também é uma cidade bem mais adensada, com uma oferta mais baixa de terrenos. Isso tudo favorece o atual processo de valorização.

Natal é bem diferente. Em primeiro lugar, é um mercado menor. A cidade tem 1,2 milhão de habitantes. A renda da população vem crescendo bastante, mas ainda é baixa quando comparada à de São Paulo ou do Rio. Até a Copa, o Rio Grande do Norte vai receber um volume representativo de 6 bilhões de reais em investimentos. Vai movimentar a economia.

Teremos um aeroporto que vai ser enorme, com grande capacidade para o transporte de cargas e passageiros. Natal passará a ter esse aspecto de entreposto comercial para as empresas no Nordeste. Há também investimentos relevantes da Petrobras em Mossoró, uma das principais reservas para a exploração de petróleo em terra do Brasil.

Mas a economia do Rio Grande do Norte ainda depende demais do turismo, da pesca, do camarão e da produção de frutas. São atividades prejudicadas pelo real valorizado. O mesmo vale para a indústria têxtil. A Coteminas anunciou há poucos dias o fechamento de uma fábrica em Natal e a demissão de 6.000 empregados. Eles prometem erguer um empreendimento imobiliário bem grande no local, com shopping, escritórios e residências. Mas é um punhado de gente desempregada até as obras começarem.

De qualquer forma, o Nordeste ainda é um local onde se encontram imóveis com um custo mais atrelado ao valor da construção. O metro quadrado médio de um empreendimento em Natal da Ecocil voltado para as classes B ou C custa cerca de 4.500 reais. Um empreendimento de altíssimo padrão vai sair por 6.500 reais. É uma realidade bem diferente do que se vê em São Paulo e no Rio de Janeiro [onde os lançamentos de alto padrão já chegam facilmente a 15.000 ou 20.000 reais o metro].

Nos últimos três anos, os preços em Natal subiram cerca de 40%. Um empreendimento lançado naquela época por 3.200 reais o metro hoje vale 4.500 reais. Descontada a inflação, dá uma alta real de cerca de 20%. O que ajudou a puxar os preços para cima foi a chegada de diversas grandes incorporadoras do Sudeste, que fizeram ofertas iniciais de ações na década passada e decidiram ter uma atuação nacional.

A Cyrela e a Gafisa fizeram alguns lançamentos em Natal por cerca de 7.000 reais o metro. O apelo dos empreendimentos deles foi começar a cobrar só 20% ou 25% do valor do imóvel até a entrega das chaves. O resto era financiado pelo comprador no banco depois que o apartamento ficava pronto. Hoje em dia, todo mundo trabalha assim em Natal. Mas até então, as parcelas exigidas até as chaves eram maiores.

No ano passado, houve uma reversão dessa tendência de chegada das grandes incorporadoras. A Cyrela é que soou o alarme. [A própria incorporadora anunciou durante 2011 que estava revendo suas parcerias fora do Rio e de São Paulo devido a estouros no orçamento e atrasos nas obras.O pior caso foi em Salvador]. O recente retorno às origens das grandes incorporadoras abriu mais espaço para as empresas locais.

Mas o Rio Grande Norte oferece muitas oportunidades para quem conhece as características do mercado. A Ecocil recebeu duas rodadas de investimento de um fundo de private equity inglês especializado no mercado imobiliário, o Salamanca Group. Os aportes aconteceram no final de 2008, auge da crise imobiliária, e no final do ano passado, quando ainda havia grandes preocupações com a Europa. Só no ano passado, a empresa recebeu uma injeção de capital de 100 milhões de reais.

Agora capitalizada, a Ecocil vai lançar oito empreendimentos com um valor de vendas 500 milhões de reais neste ano. É um pouco mais do que o total de lançamento de 2010 e 2011 somados. Para crescer em Natal, o segredo é não focar no mercado de segunda residência e fazer apartamentos para a população local. Por conhecer melhor o mercado, a empresa consegue trabalhar com custos mais baixos. Há muitas oportunidades de erguer empreendimentos no Nordeste. Já para o investidor, cidades como Natal representam uma oportunidade de comprar imóveis ainda a preços razoáveis.

João Sandrini

Fonte:Exame.com

Por Chiara Quintão | De São Paulo

A Odebrecht Realizações Imobiliárias, empresa do grupo Odebrecht, pretende lançar R$ 6,5 bilhões em 2012. Esse total supera os lançamentos realizados pela maior parte das incorporadoras de capital aberto no ano passado e representa 85% de crescimento em relação aos R$ 3,5 bilhões lançados pela empresa em 2011. A empresa tem focado sua atuação no desenvolvimento de empreendimentos de grande porte.

Ana Paula Paiva/Valor

Altit: “Nós conseguimos ter custos de captação compatíveis aos do grupo Odebrecht e aos das melhores empresas”

Os projetos previstos para serem lançados em 2012 foram maturados nos últimos dois anos. A Odebrecht Realizações desenvolve empreendimentos residenciais, comerciais, de hotéis e uso misto, com foco nas grandes capitais. “Nós nos preparamos para ter crescimento sustentável, orgânico, com visão de longo prazo”, diz o presidente da empresa, Paul Altit.

Em 2012, a Odebrecht Realizações vai lançar a primeira fase de projeto que abrange torres residenciais e comerciais, shopping center e hotel, no terreno que pertenceu à Monark, nas proximidades do MorumbiShopping, em São Paulo. Ainda não estão definidos quais os tipos de produtos entre os previstos serão incluídos na primeira etapa. Os aportes nesse projeto serão feitos em parceria com investidores – fundos e famílias -, além de futuros usuários, cujos nomes não são revelados.

Entre os maiores projetos da Odebrecht Realizações está também a Vila dos Atletas, no Rio de Janeiro. A Vila dos Atletas é desenvolvida pela Ilha Pura, empresa em que a Odebrecht Realizações detém 50% de participação e a Carvalho Hosken, os demais 50%.

A empresa atua ainda no que Altit chama de incorporação sob medida, ou seja, feita para clientes únicos. É o caso do escritório que está construindo para a Organização Odebrecht, na Marginal Pinheiros, em São Paulo.

No segmento de baixa renda, a empresa atua por meio da Bairro Novo, focada em projetos enquadrados no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Velho, Brasília, Fortaleza e Camaçari (BA). A Bairro Novo participa com parcela de 25% a 30% dos lançamentos totais da Odebrecht Realizações. Criada a partir de parceria com a Gafisa – que optou por deixar a sociedade após a compra da Tenda -, a Bairro Novo atua desde o desenvolvimento de infraestrutura urbana até a produção de imóveis.

A partir do fim de 2012 ou início de 2013, a Bairro Novo começará a lançar também produtos para o segmento econômico, mas acima das faixas do Minha Casa, Minha Vida, de acordo com Altit. Os preços máximos vão variar conforme cada mercado de atuação, mas deverão ficar no patamar de R$ 300 mil a R$ 350 mil. Com a inclusão de imóveis de valor mais elevado, a parcela da Bairro Novo na Odebrecht Realizações poderá saltar para 40% já a partir de 2013 ou no máximo em 2014, segundo estimativa de Altit.

A área imobiliária do grupo foi separada na empresa Odebrecht Realizações Imobiliárias em 2007. A holding da empreiteira possui 84,5% de participação, e a Gávea Investimentos, de Armínio Fraga, os demais 14,5%. Conforme Altit, o grupo traz para a empresa a “credibilidade” e a “arquitetura de relacionamento nos níveis privado e público”. “Nós conseguimos custos de captação compatíveis aos do grupo e aos das melhores empresas”, ressalta o executivo.

Em função do crescimento previsto para os próximos três anos, o conselho de administração da empresa avalia a possibilidade de nova capitalização, que poderá ser feita pelos próprios sócios, pela entrada de outros investidores ou por meio de injeção de recursos nas sociedades de propósito específico (SPEs) que desenvolvem os projetos. No curto prazo, a Odebrecht Realizações não prevê abrir seu capital, mas a possibilidade não é descartada no longo prazo. “Precisamos ter mais escala, evoluir enquanto empresa”, diz Altit.

Fonte: Valor Online

A proibição de caminhões na Marginal Tietê por quatro horas durante a manhã de segunda a sexta-feira, das 5h às 9h, fez com que o horário de pico no período matutino fosse estendido pelo menos até as 11h em São Paulo. Entre os dias 5 e 9 de março, com o início da fiscalização, os índices de lentidão na capital paulista registrados pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) ficaram acima da média nas medições das 10h e das 10h30. Motoristas reclamam da invasão dos caminhoneiros na via a partir das 9h, reduzindo a velocidade de quem tenta atravessá-la.

O congestionamento ficou acima da média também às 9h30 e às 11h em quatro dias da semana – apenas na quarta-feira a contagem de vias paradas ficou dentro do esperado para os dois horários. A quarta, entretanto, foi o dia mais afetado pela paralisação de caminhoneiros que transportam combustíveis – a maior parte dos postos da cidade tinha bombas de abastecimento vazias. Muitos motoristas deixaram os carros em casa e fizeram seus trajetos de táxi ou transporte público. Também foi o dia da semana com índices mais baixos em comparação ao restante da semana.

O almoxarife Anderson Conceição tem levado de 10 a 20 minutos a mais diariamente em seu trajeto entre a Freguesia do Ó, na Zona Norte, e a Avenida Rio Branco, no Centro de São Paulo, desde o início da fiscalização. “Saio da Freguesia às 9h. Antes levava 20 minutos, meia hora no máximo até a Rio Branco. Agora são pelo menos 40 minutos. Está congestionado aqui, no Rodoanel. Depois das 9h triplica o número de caminhões na rua”, conta.

Na terça-feira, segundo dia de fiscalização, a CET registrou 159 km de filas na cidade às 11h, maior índice no período da manhã em 2012. O número, entretanto, não será registrado como recorde – a CET só contabiliza como recorde os índices dentro do horário de pico, que é oficialmente entre 7h e 10h.

Médias

A CET tem duas médias – uma inferior e outra superior – para cada um dos horários de medição oficial, que acontecem de meia em meia hora a partir das 7h. Às 9h30, quando a média inferior é de 58 km e a superior 83 km, a CET registrou 110 km de filas na segunda, 105 km na terça, 80 km na quarta, 88 km na quinta e 108 km na sexta-feira.

Às 10h, quando a média fica entre 37 km e 64 km, foram registrados 103 km de lentidão na segunda, 118 km na terça, 70 km na quarta, 69 km na quinta e 88 km na sexta-feira. Já às 10h30, com médias entre 30 km e 54 km de congestionamento, os índices registrados foram de 86 km na segunda, 125 km na terça, 57 km na quarta, 59 km na quinta e 83 km na sexta.

Poucos minutos após a restrição, no entanto, os veículos de carga tomam as pistas da Marginal Tietê, principalmente no sentido Castello Branco, e os congestionamentos se formam. Nesta sexta, por exemplo, a via tinha 15 km de lentidão às 11h10, da Ponte da Vila Guilherme até a Rodovia Castello Branco.

Isso ocorre porque os caminhões entram todos de uma vez na via, por diversos pontos – muitos ficam parados em ruas próximas onde não há restrição ou retardam sua chegada à cidade até o horário limite. “Não pegava esse trânsito nesse horário. Vim de Jundiaí nesta semana de manhã e fiquei parado na estrada, com fila de vários caminhões”, conta o advogado André Luiz Braga.

Caminhoneiros

Os caminhoneiros, que já reclamam da restrição, também se dizem prejudicados pela lentidão maior nos outros horários. “Está pior do que era antes. Vira aquele tumulto quando libera, o trânsito fica enrolado por mais umas duas, três horas. Os caminhões vão todos de uma vez”, afirma o motorista Gentil Machado, que transporta papel entre a capital paulista e Ribeirão Preto, no interior do estado.

O caminhoneiro Luis Martins faz o mesmo transporte até Jacareí, também no interior paulista. São duas viagens diárias – com o horário mais apertado após a restrição. “Ficou uma porcaria com esse horário, ruim demais. Tenho que sair daqui às 9h e pego mais trânsito, entra todo mundo junto na marginal, aquele cardume, todos esperando. Só começa a melhorar depois das 11h.”

Até quem está dentro das exceções e pode circular pela Marginal Tietê, como o motorista Juvenal Alves Macedo, que transporta concreto – cuja circulação é permitida entre 5h e 9h – foi afetado. “Saio às 6h de Barueri e vou para o Tatuapé e para a Barra Funda. Antes era ruim nesse horário e na volta, perto das 9h, eu seguia bem. Agora mudou – o trânsito está tranquilo na ida, mas pego tudo parado na volta, não consigo andar.”

Fonte: A Tribuna

Organização recebeu 36 solicitações no mês.

O mês de fevereiro marcou um recorde para o Green Building Council Brasil (GBC Brasil). Nesse período, o conselho, responsável por fomentar a indústria de construções sustentáveis no país, recebeu 36 pedidos para a certificação Leadership in Energy and Environmental Design (Leed). De acordo com a organização, “isso mostra que a sustentabilidade já faz parte da agenda do mercado de construção civil”.

O último edifício que recebeu a certificação foi a nova sede da Energisa Paraíba, em Patos (PB), com o Leed prata em todos os níveis. O projeto do complexo administrativo foi baseado na climatização interna, utilização de sistemas de reuso de água da chuva, que já é escassa na região; e a integração entre o espaço interno e o exterior, mantendo a visualização da área externa em todos os edifícios.

De acordo com o GBC Brasil, 43 edifícios no país já receberam a certificação desde 2007, quando a organização foi criada no País. Só no ano de 2011, 17 novas edificações foram certificadas pelo conselho. Para conquistar o selo, os empreendimentos devem seguir critérios como eficiência energética, uso racional de água, gestão de resíduos, uso de materiais reciclados ou certificados, entre outros.

Mauricio Lima

Fonte: PINI Web

O Brasil pode produzir 4,7 milhões de veículos leves (excluindo caminhões e ônibus) em 2016, um incremento de 1,57 milhão, 50,3% maior, sobre o resultado de 2011. Esse desempenho fará o País subir da sétima para a sexta posição na lista dos países fabricantes. A projeção é da mais recente pesquisa global Autofacts, da consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC).

O levantamento trimestral, divulgado esta semana, aponta que as fábricas brasileiras produziram 3,12 milhões de automóveis e comerciais leves em 2011 e estima 3,34 milhões para este ano, um avanço de 7,2% – bastante maior, portanto, do que a modesta projeção de 1,1% da Anfavea, a associação das montadoras.

A PwC justifica seu maior otimismo ao apostar que o governo brasileiro deverá, este ano, lançar mão de medidas de incentivo ao consumo, reaquecendo o mercado com queda de juros e injeção de mais recursos para o crédito. Ao mesmo tempo, a produção nacional será beneficiada pelo aumento da taxação aos veículos importados de fora do Mercosul e México.

CONTRIBUIÇÃO PARA O CRESCIMENTO

A PwC calcula que os países emergentes continuarão a sustentar a expansão. Segundo a Autofacts, virá do Brasil a quarta maior contribuição porcentual, de 6%, para o crescimento da produção mundial de veículos leves nos próximos cinco anos. Em primeiro lugar está a China, que deve contribuir com nada menos que 42% do avanço, fabricando 26 milhões de leves em 2016, ou 73,8% a mais do que os quase 15 milhões de 2011.

Dentro das projeções da Autofacts, o maior crescimento porcentual da produção de leves será da Índia, com expansão de 95,4% entre 2011 e 2016, de 3,4 milhões para 6,7 milhões, no que será a segunda maior contribuição, de 12,5%, para a evolução mundial das fábricas. Esse desempenho conferirá ao país o posto de quinto maior produtor do mundo, à frente de Brasil (em sexto) e Coreia do Sul, que cairia da atual quinta posição para a sétima.

O único mercado desenvolvido que continua a dar contribuição significativa para o crescimento da produção de veículos leves no mundo são os Estados Unidos, com 9,8% da expansão prevista até 2016 e 11 milhões de unidades produzidas, um avanço de 30,6% sobre os 8,4 milhões de 2011.

FABRICANTES, MARCAS E MODELOS

A Autofacts também traz projeções por fabricante. Depois de ter retomado a liderança da produção mundial em 2011, a General Motors deve perder o posto novamente para a Toyota este ano, já recuperada da falta de peças dos fornecedores provocada pelo terremoto e tsunami no Japão. A previsão é que a GM produza 9,6 milhões de unidades em 2012, contra 9,9 milhões da Toyota. Contudo, a PwC projeta reviravoltas nesse quadro até 2016, quando a GM voltaria ao topo, com 11,3 milhões de veículos leves, ante 10,9 milhões da fabricante japonesa.

Até 2016 não existem alterações de posições do terceiro ao décimo maiores fabricantes de veículos leves. O Grupo Volkswagen deve manter a terceira posição, com 8,7 milhões em 2012 e 10,7 milhões em 2016. Em seguida vêm Renault-Nissan (8 milhões este ano para 10,3 milhões em 2016), Grupo Hyundai (7 milhões para 8,6 milhões), Ford (5,4 milhões para 7 milhões), Grupo Fiat-Chrysler (4,2 milhões para 5,9 milhões), Honda (4,1 milhões para 5 milhões), PSA Peugeot Citroën (3,6 milhões para 4,7 milhões) e Suzuki (2,6 milhões para 3,1 milhões).

Também não devem haver alterações entra as dez marcas mais vendidas do mundo que, pela ordem, serão Toyota, Volkswagen, Ford, Chevrolet, Nissan, Hyundai, Honda, Kia, Fiat e Peugeot.

Entre os modelos mais vendidos, o Toyota Corolla deverá continuar no topo do ranking pelos próximos cinco anos, segundo projeta a PwC. As posições permanecem inalteradas do segundo ao quarto lugar, com Ford Focus e Fiesta e VW Polo. Do quinto ao décimo posto devem acontecer algumas trocas até 2016: o Chevrolet Cruze subiria de sexto para quarto; as picapes Ford Série F desceriam um degrau, para a sexta colocação; o Honda Civic saltaria de décimo para sétimo; o Toyota Camry de nono para oitavo; enquanto o chinês Changan SC63 cairia de oitavo para nono; e em décimo ficaria o Hyundai Elantra, descendo da atual sétima posição.

Fonte: Automotive Business