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WLADIMIR D’ANDRADE – Agencia Estado

SÃO PAULO – A escassez de mão-de-obra qualificada é o principal problema que o empresário da construção tem encontrado, aponta a Sondagem da Construção do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Esse foi o fator citado por 41,4% das 721 empresas do setor consultadas na pesquisa de fevereiro. Os dados, porém, revelam que, em fevereiro, houve uma diminuição das citações sobre falta de mão-de-obra. No mesmo mês de 2011, 47,1% das empresas haviam mencionado o problema.

“O mercado de trabalho continua sendo pressionado, o que mostra que a construção segue vivendo uma situação de atividade bastante aquecida”, afirma a coordenadora de Estudos de Construção Civil do Ibre, Ana Maria Castelo. Na sequência, os motivos de dificuldade mais apontados pelos empresários consultados em fevereiro foram, respectivamente, competição dentro do setor e o custo da mão-de-obra. “O custo da força de trabalho está relacionado à escassez de mão-de-obra”, diz.

Crédito

A coordenadora do Ibre diz que a facilidade das companhias de construção para se financiar caiu em relação ao período anterior à crise de 2008, mas que as incertezas do cenário internacional atuais não devem impor novas dificuldades para o empresário ter acesso ao crédito fácil. “Ao contrário do final de 2008, quando os bancos deixaram de conceder crédito completamente, a situação agora é diferente. As empresas não têm encontrado dificuldade de conseguir crédito”, diz Ana Maria. “Não se espera que os bancos restrinjam a oferta de crédito”, afirma, ao completar que “não há motivos para pensar que a situação vá piorar”. “Com o interesse do investidor estrangeiro no Brasil, o empresário encontra, na verdade, uma nova fonte de financiamento”, lembra.

Ana Maria diz ainda que a projeção para 2012 é de alta no crédito ao consumidor. “O financiamento para o comprador da construção tem duas fontes cativas, o FGTS e a poupança. Para esse consumidor temos a expectativa de crescimento do crédito da ordem de 30% neste ano”, afirma.

Fonte: Estadão

A cidade de São Paulo ganhou mais uma criativa obra para chamar a atenção sobre a preservação do meio ambiente. Depois das sacolas reutilizáveis gigantes espalhadas nas ruas e parques da capital – intervenção da Associação Paulista de Supermercados (APAS) realizada em janeiro deste ano com o objetivo de conscientizar a população para a importância da substituição das sacolas descartáveis por reutilizáveis – labirintos com mais de 30 toneladas de lixo foram montados para chamar a atenção da população.

As obras são da Attack Intervenções Artísticas e do artista plástico Eduardo Srur. A primeira delas, no Parque Villa Lobos (zona oeste), ficará exposta até o dia 25 de março, e em breve dois novos labirintos serão montados: um no Parque da Juventude (4 de março) e outro no Parque Ecológico do Tietê (11 de março).

A intervenção faz parte do Cultura Livre SP, projeto do governo do Estado que promove atividades culturais gratuitas em espaços públicos da capital.

A obra

Como o próprio nome sugere, os labirintos foram idealizados para permitir uma interação do público percorrendo os corredores de lixo. Cada obra é composta por 30 toneladas de materiais recicláveis na forma de um labirinto geométrico de 300 metros quadrados.

Mais de 200 fardos de diversos materiais, como garrafas PET, plásticos, embalagens e alumínio formam as paredes da instalação, que tem espelhos de acrílico no seu interior e dois acessos para circulação do público. Todo o material utilizado foi adquirido de cooperativas de catadores.


Doze sacolas gigantes ficaram expostas na capital para chamar a atenção sobre a Campanha Vamos Tirar o Planeta do Sufoco.

Fonte: Vamos tirar o planeta do sufoco

No caso de inundações, doca sob a construção enche de água para que a residência possa flutuar
Mauricio Lima

O escritório de arquitetura Baca dará início ainda neste ano à construção da “Casa Anfíbio” às margens do rio Tâmisa, em Buckinghamshire, na Inglaterra. A permissão para a obra foi concedida no início do mês. O projeto prevê a construção de uma casa que, em condições normais, fica situada sobre fundações rasas, mas se eleva em caso de uma enchente.


Casa será construída às margens do Rio Tâmisa

A casa terá três pavimentos, sendo um deles subterrâneo. Esse pavimento subterrâneo ficará dentro de uma doca, que encherá de água em caso de inundação para que a construção possa flutuar, impedindo que a água entre na casa pelo pavimento térreo. A casa só flutuará se a água atingir determinado nível d’água. Segundo o escritório, quatro estruturas fixas impedirão que a casa se desloque em várias direções durante as enchentes.

A casa de 225 m² será construída em estrutura leve de madeira, para facilitar a flutuação. Já a doca deve ser executada em concreto. As fachadas, em vidro, permitirão maior iluminação interna da residência.


Casa flutuaria em caso de enchente

Produto dissolve na água e pode ser ingerido junto com o alimento

Já imaginou preparar um café instantâneo sem precisar jogar o sachê fora? Essa é a proposta da nova embalagem desenvolvida pela Monosol, que criou uma película comestível que se dissolve quando entra em contato com a água. Ainda sem previsão de lançamento oficial, o produto deve ser vendido para grandes empresas do ramo alimentício.

Em entrevista à revista americana Fast Company, o CEO da empresa, P. Scott Bening, afirmou que a novidade deve triplicar o faturamento da companhia caso seja adotada por 10% do mercado de cafés instantâneos, ou de chocolates em pó. O potencial é grande. Resta saber como a embalagem será recebida pelos consumidores.

Fonte: Revista Pegn

Uma grande parte das cidades brasileiras, em particular as de médio e grande porte, se encontra à beira de um colapso e está cada dia mais distante do objetivo de proporcionar aos seus habitantes uma boa qualidade de vida.

Neste sentido as eleições municipais de 2012 assumem papel crucial: ou a sociedade brasileira elege um novo modelo de gestão voltado ao desenvolvimento urbano sustentável, ou continuará empurrando os problemas para baixo do tapete.
Pesquisa recente do IBGE constatou, no censo de 2010, o lamentável crescimento de aglomerados precários, totalizando 6.329 áreas espalhadas por 323 municípios brasileiros e que abrigam mais de 3,2 milhões de domicílios e 11 milhões de pessoas.
São áreas ocupadas irregularmente, sem serviços públicos adequados, representadas por favelas, palafitas, grotas e vilas. O resultado desse descaso são as repetidas tragédias nas épocas das chuvas e a alta incidência de doenças causadas pela falta de saneamento básico – principalmente entre crianças.
São várias as razões que levaram o país a ter que conviver com esta lamentável realidade. A principal origem do problema está na ausência, durante longos anos, de políticas urbanas adequadas. Justamente no momento em que a população rural migrava maciçamente para as grandes regiões metropolitanas. O resultado não poderia ser outro.
Às vésperas de se tornar a quinta potência econômica do mundo, o Brasil não pode se omitir em equacionar estas e outras questões urgentes.
Nos últimos anos, foram implementados e/ou desenvolvidos alguns programas e projetos cruciais, como os voltados para a área imobiliária, com destaque para o projeto Minha Casa, Minha Vida; o Plano Nacional de Saneamento, que demonstra preocupação maior com a área de saneamento básico – com destaque para a atuação da Funasa no atendimento dos municípios com menos de 50.000 habitantes; a política de resíduos sólidos, que encontrou boa repercussão em várias unidades da federação; e algumas obras do PAC, voltadas para a mobilidade urbana, especialmente nos grandes centros e nos projetos de urbanização das favelas, onde a própria pesquisa do IBGE já acusou alguns avanços importantes.
Mas ainda é necessário continuar avançando para alcançarmos uma verdadeira e definitiva mudança.
Lembrando sempre do papel estratégico que o empresariado no Brasil já vem desenvolvendo na solução de problemas estruturais do país por meio de parcerias público-privadas.
Na área de habitação, por exemplo, não podemos relaxar e voltar ao passado.
É urgente revermos as regras e as condições da segunda etapa do programa de moradia social do Governo federal. Não podemos deixar que obstáculos comprometam o bom andamento do programa, sob pena de não alcançarmos as metas previstas.
Quanto ao saneamento básico, onde o país ainda mantém uma enorme dívida social, é preciso inovar e ousar, da mesma forma como o país encontrou a solução para o problema do déficit habitacional com o programa Minha Casa, Minha Vida. Temos que reabilitar as dezenas de companhias de saneamento espalhadas pelo país que estão, em sua maioria, operando no vermelho. É urgente pensarmos na implementação de um fundo federal que apoie o desenvolvimento de planos regionais de saneamento, com foco nas bacias hidrográficas e que também financie os planos municipais que se reportarem a este plano regional. Temos que pensar ainda em estímulos e incentivos aos agentes envolvidos, para que os obstáculos existentes sejam afastados. É necessário estabelecer metas ousadas e uma estrutura de acompanhamento e fiscalização eficiente dos serviços e obras a serem contratados, reduzindo os desperdícios, melhorando a qualidade dos empreendimentos e agindo preventivamente aos inúmeros problemas de saúde que afetam a nossa população por deficiência de saneamento.
Na área da mobilidade urbana, já passou da hora de encararmos com seriedade o problema e pensarmos em soluções coletivas de qualidade para a mobilidade dos cidadãos, hoje submetidos a um verdadeiro suplício, perdendo preciosas horas diárias no trânsito em detrimento do maior convívio com suas famílias e disponibilidade para o lazer. Isso significa, entre outras ações, investir em transporte de massa e desestimular o uso do transporte individual.
É urgente que esses e outros temas que dizem respeito à qualidade de vida em nossas cidades, ocupem lugar de destaque na agenda pública em 2012. Os gestores municipais não podem continuar negligenciando a solução desses problemas, como tem acontecido ao longo da nossa história.
Não temos mais tempo para errar.
Precisamos eleger um novo modelo de gestão para as nossas cidades que incorpore inovação, sustentabilidade e qualidade de vida da população como condições fundamentais ao desenvolvimento. Com a palavra, os eleitores brasileiros.
PAULO SAFADY SIMÃO é presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção

Fonte: Jornal O Globo, edição impressa de 20/02/2012

Proposta prevê periodicidade de avaliação de acordo com a idade do edifício. Para prédios com mais de 30 anos de existência, inspeção deve ser realizada a cada cinco anos

A Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) do Senado está analisando o Projeto de Lei do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), que exige a realização periódica de fiscalizações em edifícios e cria também um laudo para a inspeção nessas edificações. O PLS 491/11 inclui qualquer tipo de edificação, menos barragens e estádios de futebol, que já contam com uma legislação específica nesse sentido.

“É uma preocupação que carrego pela profissão que exerci durante anos e anos da minha vida construindo edifícios e, depois, como professor de universidade na cadeira de materiais de construção. A estrutura de concreto armado não é uma estrutura que garanta a estabilidade do prédio sem manutenção. O concreto é uma rocha artificial”, disse Crivella, engenheiro de formação.

Segundo o projeto, “o objetivo da inspeção é efetuar o diagnóstico da edificação por meio de vistoria especializada, utilizando-se de laudo para emitir parecer acerca das condições técnicas, de uso e de manutenção, com avaliação do grau de risco à segurança dos usuários”.

De acordo com o senador, a proposta inicial era que edificações com mais de 30 anos fossem fiscalizadas a cada cinco anos. Mas, seguindo sugestões do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), o relator do projeto, senador Zezé Perrela (PDT-MG), propôs uma emenda para que as fiscalizações sejam realizadas com os seguintes parâmetros: a cada cinco anos, para edificações com 30 anos ou mais; de três em três anos, para edificações com 40 anos ou mais; a cada dois anos, para edificações com 50 anos ou mais; e anual, para edificações a partir de 60 anos.

A inspeção seria feita por um profissional registrado no sistema Confea/Crea, que produziria um Laudo de Inspeção Técnica de Edificação (Lite), com a avaliação da conformidade da edificação de acordo com a legislação e as normas técnicas pertinentes; explicitação dos tipos de não conformidade encontrados, do grau de risco a eles associado e da necessidade de interdição, se for o caso; prescrição para reparo e manutenção, quando houver, da edificação inspecionada; e assinaturas do(s) inspetor(es) encarregado(s) do Lite e do proprietário ou responsável pela administração da edificação.

A expectativa, segundo Crivella, é que, após aprovação pela CDR, o projeto siga para a Câmara dos Deputados e depois à sanção presidencial até junho. Após a publicação, a lei deve entrar em vigor em 180 dias.